sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Justiça decide manter prisão de casal acusado de matar aluno na Unicamp

A Justiça decretou na noite desta sexta-feira (11), em Campinas (SP), a prisão preventiva do casal acusado de participação no assassinato do estudante Denis Papa Casagrandedurante uma festa no campus da Unicamp, no distrito de Barão Geraldo. Maria Tereza Peregrino e Anderson Mamede estão presos desde 27 setembro e são acusados pelo Ministério Público de homicídio triplamente qualificado. Eles devem permanecer na cadeia até que ocorra o julgamento. O crime ocorreu no dia 21 de setembro, em frente ao Ciclo Básico.

Segundo a promotoria, houve motivo fútil, cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. "Todos os denunciados gritavam que ele [Casagrande] merecia morrer. O crime foi cometido por motivo fútil, simplesmente porque os denunciados imaginaram que a vítima pudesse ter importunado Maria Tereza, quando urinava", diz o texto do promotor do MP Fernando Vianna Neto. O delegado do Setor de Homicídios, Rui Pegolo, informou que a prisão preventiva de André Ricardo de Souza Motta, também denunciado pelo MP, não havia sido decretada até a publicação.

O advogado de Maria Tereza, Rafael Pompermayer, disse que irá se manifestar oficialmente sobre o assunto na segunda-feira (14), mas adiantou que "com certeza" fará novo pedido de habeas corpus para a cliente.  Os defensores de Mamede e Motta não foram encontrados para comentar o assunto.
Festa ocorreu no Ciclo Básico da Unicamp em Campinas (Foto: Reprodução/ EPTV)
Indiciamentos
A Polícia Civil responsabilizou cinco pessoas pelo assassinato - os três denunciados pelo MP e outros dois menores de idade - e concluiu que a vítima foi morta por engano. Maria Tereza Peregrino, de 20 anos, confessou ter dado a facada em Casagrande, mas alegou legítima defesa e disse ter sido agarrada pelo estudante. A versão foi rechaçada pelos investigadores após análise de provas e oitivas com testemunhas.

Maria foi indiciada como autora do crime, e o namorado dela, Anderson Mamede, como coautor, já que ele admitiu ter agredido com golpes de skate a vítima. Os dois estão presos temporariamente desde 27 de setembro. O jovem André Ricardo de Souza Motta, de 22 anos, que foi indiciado posteriormente, em 3 de outubro, também é apontado como coautor e teve a prisão preventiva solicitada pelo delegado do caso. Nenhum deles é estudante da Unicamp.
Investigações
"Embora a facada tenha sido dada por Maria, nós entendemos que as agressões dos outros envolvidos impediram que testemunhas chegassem até Dênis, que estava esfaqueado, para socorrê-lo. Além do linchamento, havia punks ao redor da vítima rodando correntes para impedir a aproximação das pessoas.", afirmou o delegado responsável pelo caso, Rui Pegolo.
Segundo o titular do Setor de Homicídios, laudos e testemunhas comprovam que Maria foi a autora da facada. Ela também é acusada de incitar o grupo de pelo menos 30 amigos a agredir a vítima, afirmando que Casagrande a teria assediado enquanto ela urinava em um banheiro improvisado, nas imediações da festa.
Testemunhas protegidas, entretanto, convenceram a polícia de que o assédio a ela foi apenas verbal, em tom de brincadeira, e foi cometido por dois joutros ovens que passavam pelo local, mas sequer estavam juntos da vítima.
“De fato, quando Maria estava urinando, duas pessoas passaram por ela e mexeram. Mas foi um assédio comum, não foi nenhum assédio exorbitante. Maria revoltou-se e imputou ao Denis, que também estava urinando, a autoria deste assédio.”, disse o delegado. Pegolo explica que a Polícia apurou, ainda, que a vítima teria tentado explicar o que ocorreu, mas não foi ouvido por Maria, que acionou os colegas e iniciou um linchamento que durou até 15 minutos.
Estudante de 21 anos morto em festa na Unicamp é enterrado em Piracicaba (Foto: Leandro Cardoso/G1)

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