Andréa
Aprígio pediu ao Supremo Tribunal Federal para ficar calada.
Na Câmara, pauta está trancada por medidas provisórias.
Na Câmara, pauta está trancada por medidas provisórias.

foto Andressa Mendonça,atual mulher de Cachoeira
A CPI Mista,
que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, ouve nesta semana os
depoimentos da atual mulher do contraventor, Andressa Mendonça, e de Andréa
Aprígio, ex-mulher de Cachoeira.
Andressa tem
depoimento marcado para a próxima terça-feira (7). Já Andréa, na quarta (8).
Segundo a Polícia Federal, as empresas de Cachoeira estão no nome de Andréa,
mas seriam comandadas pelo contraventor. A ex-mulher de Cachoeira já ingressou
com um pedido o Supremo Tribunal Federal (STF) pra ficar calada no depoimento.
O habeas
corpus foi protocolado na última segunda-feira (30), e tornado público pelo
tribunal na terça (31). A relatora é a ministra Rosa Weber, mas ainda não há
previsão para decisão.
A defesa
pediu "direito de permanecer calada ou em silêncio, de não assinar termo
de compromisso de dizer a verdade, de não se autoincriminar, de ser assistida
por seus advogados e, principalmente, de não ser presa ou processada por
desobediência ou falso testemunho".
Andréa
Aprígio dirige a indústria farmacêutica Vitapan, que, segundo investigações da
Polícia Federal na Operação Monte Carlo, é comandada pelo bicheiro. A ex-mulher
seria uma "laranja" de Cachoeira.
O segundo
depoimento previsto para o dia 7 de agosto é do policial federal aposentado
Joaquim Gomes Thomé Neto. Ele já havia sido convocado, mas enviou um atestado
médico à comissão pedindo o adiamento de seu depoimento. O policial, que também
conseguiu salvo-conduto do STF, é apontado como suspeito de realizar escutas
telefônicas clandestinas para o grupo do contraventor.
Já Andressa
Mendonça ainda não pediu para permanecer calada, segundo a CPI. Na última
semana, Andressa foi acusada de tentar chantagear o juiz responsável pelo caso.
Ela teve de pagar fiança de R$ 100 mil para não ser presa, e está proibida de
visitar o marido.
Diante da
possibilidade de que Andressa também peça para ficar calada, alguns
parlamentares da CPI já estão elaborando uma estratégia. Querem fazer uma
espécie de “acareação” com os documentos que estão em poder da comissão.
“A ideia é
poder aproveitar a vinda delas para fazer um confronto com os documentos que
temos na CPI. Entendo que seja possível trabalhar assim, mesmo que elas fiquem
caladas”, disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).
Câmara
Na Câmara, a semana deverá iniciar com negociações para destrancar a pauta da Casa. Na última quarta (1), o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), suspendeu as votações de medidas provisórias devido a uma reclamação da oposição de que o governo não estaria cumprindo com a liberação de emendas.
Antes do
recesso, para garantir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
parlamentares governistas afirmaram que o governo liberaria cerca de R$ 80
milhões em restos a pagar de emendas para deputados da oposição. Na ocasião,
Marco Maia afirmou que próprios partidos do governo se comprometeriam a
paralisar as votações do plenário após o recesso, em agosto, se o dinheiro não
tiver sido aplicado.
Maia afirmou
que está trabalhando para retomar as votações nesta semana. A pauta da Câmara
está trancada por três medidas provisórias. A MP 565/12 e a 569/12 são
referentes à ajuda aos atingidos pela seca no Nordeste. A MP 570/12 concede um
benefício adicional, no âmbito do Programa Bolsa Família, para superação da
extrema pobreza na primeira infância, de zero a seis anos de idade.