sábado, 23 de abril de 2016

PSDB pode endurecer proibição para cargos em eventual governo Temer

Partido discute fechar questão, recomendando licenciamento da sigla a quem for integrar ministérios



BRASÍLIA - Dirigentes do PSDB podem radicalizar a decisão de impedir a participação em cargos no eventual governo de Michel Temer. Apesar da certeza do apoio institucional e congressual, existe a possibilidade de fechar questão no partido contra a ideia de integrar o governo, limitando-se a participação tucana ao senador José Serra (SP) em alguma pasta. Também será discutido na reunião da Executiva, que acontece na terça-feira, punição para quem receber o convite e aceitar em caráter pessoal. Neste caso, o convidado teria de se licenciar da legenda e não voltar para disputar vaga de candidato à presidência em 2018.

A proposta de que o PSDB feche a questão contra a participação em cargos foi feita nesta sexta-feira pelo líder no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). O secretário geral , deputado Silvio Torres (SP), diz que haveria também “conflito de interesses” se o PSDB estivesse formalmente no governo. A sigla está com ação impetrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode resultar na impugnação da chapa Dilma/Michel Temer.

Segundo Silvio Torres o PSDB tem projeto com propostas próprias, derrotado em 2014, mas que será mantido para 2018. E a ida de presidenciáveis, seja do PSDB ou outro partido para o ministério de Temer, pode desequilibrar o jogo para 2018.
- Para conseguir o apoio de todos os partidos, Michel não pode levar presidenciáveis para sua equipe de ministros, senão desequilibra o jogo para 2018. Se insistir, vai ter que dar um ministério para o Serra, um para o Geraldo, outro pro Beto Richa, para o Marconi e outro para o Aécio. Ele não tem como acomodar todo mundo - disse o secretário geral do PSDB.

A reunião da Executiva nacional do PSDB, com participação de governadores, acontecerá na terça-feira pela manhã. À tarde, a reunião será com a bancada da Câmara e Senado para discutir também estratégias da votação do impeachment no Senado.

- Vamos dar todo apoio para tirar o Brasil da crise, mas teremos uma posição para que não paire dúvidas sobre o projeto próprio do PSDB. Discutiremos eventuais convites em caráter pessoal. Quem tiver cargo no ministério, tem que estar totalmente fechado com o governo, mas o PSDB pode não concordar com 100% - explicou Torres.

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