quarta-feira, 31 de julho de 2013

Educação ruim derruba qualidade dos municípios


Índice cresceu mais de 120% nos últimos 20 anos, mas ainda está abaixo ideal pela ONU

A educação ainda é um dos maiores entraves para o aumento da qualidade de vida no Brasil. No País, o recorte do IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) na área é de 0,637. Os dados são de um levantamento realizado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e com a FJP (Fundação João Pinheiro), divulgado nesta segunda-feira (29).


Quanto mais próximo do número um, melhor o IDH-M. Em 1991, este índice era de 0,279, passando para 0,456 em 2000. O registro apontado nos últimos 20 anos é de 120%, mas ainda assim está abaixo do ideal pela ONU (Organização das Nações Unidas)
Para Marco Aurélio Costa, pesquisador do Ipea, a mudança relatada no período não deve deixar de ser observada.


— A gente [Brasil] partiu de uma faixa muito baixa em 1991 [...] Mais de 85% dos municípios estavam na faixa de muito baixo, em 2010 menos de 1% dos municípios estão nessa faixa. Ainda não é o ideal, mas a mudança é notável.


O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira), Luiz Claudio Costa, defendeu que os dados relativos à educação apresentam não apenas evolução para o setor, mas também foram responsáveis pelo avanço registrado na qualidade de vida dos municípios.


— Nesses 20 anos, passamos em educação para 0,637, ou seja, o maior aumento percentual e absoluto [entre os itens avaliados], de 0,279 pra 0,637.
Costa entende que a evolução apresentada pela área responde também pela evolução do índice.
Mesmo com o avanço, educação ainda fica atrás de outras áreas, como renda e longevidade, que atingiram o IDH-M de 0,739 e 0,816, respectivamente, em 2010.
— Se não fosse o aumento da educação, um aumento de qualidade e de inclusão da educação, nós estaríamos patinando no IDH, porque o aumento das outras duas áreas [renda e longevidade] não iriam dar o nosso aumento.


As áreas citadas por Costa registraram, em 1991, índices de 0,647 e 0,662.
No Brasil, o IDH-M geral é de 0,727 em 2010, frente a 0,493 em 1991 e 0,612 em 2010. Em todos os anos a educação se manteve abaixo da média nacional.
Marcelo Néri, presidente do Ipea, defende que a mudança na política educacional do País irá permitir uma melhor avaliação nos próximos anos.
— A agenda de pré-escola já é forte no Brasil, com creches aumentando, isso é que permite ser positivo nas próximas pesquisas. Mas qualquer política voltada para jovem a gente está perdendo a guerra.


Atlas do Desenvolvimento HumanoOs dados fazem parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, uma ferramenta de consulta online que calcula o índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 5.565 municípios brasileiros. São analisados 180 indicadores de demografia, saúde, educação, habitação, renda e inclusão no mercado de trabalho e vulnerabilidade. O IDHM é uma adaptação do IDH. O IDHM compara a qualidade de vida entre os municípios, enquanto o IDH compara o índice entre os países.
O estudo foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada e a Fundação João Pinheiro. Os dados são calculados com base nos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010, do IBGE.

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