quinta-feira, 25 de julho de 2013

Justiça marca novo julgamento de motoboy acusado de matar cunhada



A Justiça marcou para 18 de setembro o novo júri do motoboy Sandro Dota, acusado de violentar e matar a cunhada Bianca Consoli, de 19 anos, em 2011. O primeiro júri de Dota foi cancelado nesta quinta-feira (25) após o réu pedir a destituição da sua defesa. O pedido foi aceito pela juíza Fernanda Afonso de Almeida, que presidia o júri iniciado na terça-feira (23), no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ), os depoimentos já colhidos ao longo dos dois primeiros dias de julgamento não precisarão ser refeitos. O novo conselho de sentença poderá ouvir o áudio do que já foi dito e, assim, evitar que todas as testemunhas sejam convocadas novamente.
O motoboy permanecerá preso - ele nega o crime, ocorrido em 13 de setembro de 2011, na Zona Leste da capital. Após o anúncio do cancelamento do júri, familiares de Binca, que tinha 19 anos na época, se emocionaram muito e a juíza pediu que a mãe e a irmã da vítima - ex-mulher de Dota - fossem retiradas do tribunal. Elas, entretanto, saíram sozinhas, revoltadas com o ocorrido.
Ricardo Martins quase foi agredido por familiares de Bianca, na frente do Fórum da Barra Funda. Ele dava entrevista quando o irmão de Bianca, Bruno Consoli, posicionou-se atráscom uma camiseta com a imagem de Bianca. Martins esticou o braço para tirar a camisa, que caiu no chão, provocando revolta na família. A mais exaltada foi Daiana Consoli, irmã de Bianca, que foi em direção ao ex-advogado de Dota e tentou agredi-lo. O advogado teve de voltar ao fórum para se proteger.A mãe de Bianca, Marta Maria Ribeiro, deixou o fórum bastante emocionada e reclamou da legislação penal brasileira. “O réu tem direitos que a vítima não tem”, disse. Ela afirmou que desconfiava que Sandro faria algo para escapar do julgamento.
O pedido de Dota foi feito logo no início de seu depoimento, nesta quinta-feira. Disse que algo já o vinha angustiando há dias e que gostaria de destituir seu advogado. Ricardo Martins se levantou e se mostrou surpreso com a atitude do cliente. “O que você está fazendo?”, perguntou Martins. Segundo o defensor, Dota "perdeu um advogado combativo que conhecia o processo a fundo".
Questionado pela juíza, Dota não explicou o motivo de só tomar essa decisão no terceiro dia do julgamento. Afirmou apenas que não se trata de uma estratégia.
O promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior afirmou que não se pode levar a sério a afirmação do réu e disse desconhecer se isso poderia ser um indicativo de que ele confessará o crime num futuro julgamento. “Eu estarei nesse caso até o final. Jamais deixarei até vê-lo condenado”. "É evidente que foi uma estratégia baixa do réu. Percebeu que a prova era contundente."
O promotor considerou a estratégia “sorrateira” e pediu à juíza que a Defensoria Pública advogue pelo réu daqui para frente. O requerimento foi aprovado. Com isso, caso Dota contrate um novo advogado e o destitua novamente, a Defensoria garantirá sua defesa. Isso impossibilita o cancelamento de mais um júri futuro pela dispensa do advogado de defesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria!

Total de visualizações de página