Trabalho de
trio de cientistas de origem japonesa permitiu mudar a iluminação mundial com
menor consumo de energia e mais durabilidade

Isamu
Akasaki, 85, professor da Universidade de Meijo; Hiroshi Amano, 54, professor
da Universidade de Nagoya e Shuji Nakamura, 60, da Universidade da Califórnia
em Santa Barbara ganharam o Nobel de Física pela invenção de lâmpadas LED azuis
- AP
RIO – A
invenção de lâmpadas LED azuis deu a um trio de cientistas de origem japonesa o
Nobel de Física deste ano. O trabalho de Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji
Nakamura permitiu mudar a forma como iluminamos o mundo, com mais economia de
energia e durabilidade. Eles vão dividir igualmente um prêmio de 8 milhões de
coroas suecas (cerca de US$ 1,1 milhão)
“No espírito
de Alfred Nobel, o prêmio recompensa uma invenção com grande benefício para a
Humanidade”, destacou a Real Academia de Ciências da Suécia em comunicado sobre
a escolha.
Embora já
existissem lâmpadas LED (sigla em inglês para “diodos emissores de luz”)
vermelhas e verdes há algum tempo, foi só com a chegada das azuis que se tornou
possível produzir lâmpadas de luz branca com a tecnologia. A criação dos LEDs
azuis desafiou os cientistas durante mais de 30 anos e o trio “teve sucesso
onde todos os outros falharam”, diz o texto da academia sueca.
Os
cientistas produziram os primeiros fachos de luz azul com semicondutores no
início dos anos 1990. Então, Akasaki trabalhava com Amano na Universidade de
Nagoia, enquanto Nakamura era funcionário de uma pequena empresa japonesa,
Nichia Chemicals.
Com sua
invenção, foi possível começar a produzir lâmpadas LED que emitem uma brilhante
luz branca de alta durabilidade e eficiência energética e continuam a ser
melhoradas, com um fluxo luminoso maior (medido em lumens) por unidade de
energia consumida (medida em watts). O recorde mais recente destas lâmpadas é
de pouco mais de 300 lumens por watt (lm/W), contra 16 lm/W das lâmpadas
incandescentes comuns e quase 70 lm/W das fluorescentes.
“As lâmpadas
incandescentes iluminaram o século XX e o século XXI será iluminado pelas
lâmpadas LED”, continua o comunicado. “Como cerca de um quarto do consumo
mundial de eletricidade é usado na iluminação, os LEDs contribuem para
economizar os recursos da Terra. O consumo de material também é reduzido, já
que os LEDs duram por até 100 mil horas, comparados com mil horas das lâmpadas
incandescentes e 10 mil horas das fluorescentes”.
Ainda de
acordo com a academia sueca, as lâmpadas LED também trazem a promessa de
melhorar a qualidade de vida de mais de 1,5 bilhão de pessoas em todo mundo que
não têm acesso às redes de energia, já que seu baixo consumo de eletricidade
permite que sejam alimentadas por painéis e baterias solares.
“A invenção
do LED azul tem apenas 20 anos de idade, mas ela já contribuiu para a criação
de luz branca de uma forma totalmente diferente que beneficia a todos nós”,
conclui o comunicado.
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