Itamaraty
informou que teor da nota entregue não será divulgado ou comentado

BRASÍLIA -
Conforme avisara na sexta-feira - após recusa da presidente Dilma Rousseff em
receber as credenciais do embaixador da Indonésia, Toto Ryanto -, o Ministério
das Relações Exteriores do país chamou o embaixador do Brasil em Jacarta, Paulo
Soares, para uma conversa formal e entrega em mãos da nota oficial em protesto
pelo ocorrido. No mesmo dia do episódio, a
Indonésia chamou Ryanto de volta até que este seja convidado pelo Itamaraty a
voltar.
Segundo o
governo brasileiro, o teor da "nota diplomática" não será divulgado
ou comentado. Nos bastidores, diplomatas avaliaram que Jacarta optou por não
adotar uma resposta drástica, como a de ordenar a saída do embaixador
brasileiro da Indonésia, uma possível consequência aventada.
A atitude da
presidente Dilma Rousseff foi uma forma de retaliação à recusa do presidente da
Indonésia, Joko Widodo, em aceitar o pedido de clemência ao brasileiro Marco
Archer, preso por tráfico de drogas e executado no dia 17 de janeiro.
Nesta
sexta-feira, o governo brasileiro formalizou o pedido para que o outro
brasileiro preso no corredor da morte, Rodrigo Gularte, seja transferido para
um hospital psiquiátrico. A internação por razões médicas foi defendida pelo
assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, no
dia 19 de janeiro, dois dias depois da execução de Archer. Neste sábado, no
entanto, o
promotor ratificou a execução de Gularte.
Em sua
página oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Indonésia publicou
nota, criticando duramente a postura brasileira.
"O
Ministério das Relações Exteriores da Indonésia lamenta profundamente a ação do
governo brasileiro de abruptamente adiar a apresentação das credenciais do
embaixador da Indonésia designado para o Brasil, Sr. Toto Ryanto, depois de ele
ser formalmente convidado a apresentar suas credenciais em cerimônia no Palácio
Presidencial do Brasil, em 20 de fevereiro. A maneira como o Ministério das
Relações Exteriores do Brasil informou adiamento, quando o embaixador designado
já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia".
A nota já
informava que Paulo Soares seria chamado: "O governo da Indonésia também
convocou o embaixador brasileiro na Indonésia para (encontro) às 22h do dia 20
para transmitir um protesto veemente contra o ato hostil do governo brasileiro
e apresentou uma nota formal de protesto".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente esta matéria!