sábado, 21 de fevereiro de 2015

Embaixador do Brasil recebe nota oficial de protesto do governo da Indonésia


Itamaraty informou que teor da nota entregue não será divulgado ou comentado

BRASÍLIA - Conforme avisara na sexta-feira - após recusa da presidente Dilma Rousseff em receber as credenciais do embaixador da Indonésia, Toto Ryanto -, o Ministério das Relações Exteriores do país chamou o embaixador do Brasil em Jacarta, Paulo Soares, para uma conversa formal e entrega em mãos da nota oficial em protesto pelo ocorrido. No mesmo dia do episódio, a Indonésia chamou Ryanto de volta até que este seja convidado pelo Itamaraty a voltar.

Segundo o governo brasileiro, o teor da "nota diplomática" não será divulgado ou comentado. Nos bastidores, diplomatas avaliaram que Jacarta optou por não adotar uma resposta drástica, como a de ordenar a saída do embaixador brasileiro da Indonésia, uma possível consequência aventada.

A atitude da presidente Dilma Rousseff foi uma forma de retaliação à recusa do presidente da Indonésia, Joko Widodo, em aceitar o pedido de clemência ao brasileiro Marco Archer, preso por tráfico de drogas e executado no dia 17 de janeiro.
Nesta sexta-feira, o governo brasileiro formalizou o pedido para que o outro brasileiro preso no corredor da morte, Rodrigo Gularte, seja transferido para um hospital psiquiátrico. A internação por razões médicas foi defendida pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, no dia 19 de janeiro, dois dias depois da execução de Archer. Neste sábado, no entanto, o promotor ratificou a execução de Gularte.

Em sua página oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Indonésia publicou nota, criticando duramente a postura brasileira.

"O Ministério das Relações Exteriores da Indonésia lamenta profundamente a ação do governo brasileiro de abruptamente adiar a apresentação das credenciais do embaixador da Indonésia designado para o Brasil, Sr. Toto Ryanto, depois de ele ser formalmente convidado a apresentar suas credenciais em cerimônia no Palácio Presidencial do Brasil, em 20 de fevereiro. A maneira como o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou adiamento, quando o embaixador designado já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia".

A nota já informava que Paulo Soares seria chamado: "O governo da Indonésia também convocou o embaixador brasileiro na Indonésia para (encontro) às 22h do dia 20 para transmitir um protesto veemente contra o ato hostil do governo brasileiro e apresentou uma nota formal de protesto".



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