
A Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (3)
projeto de lei que cria o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no
Trânsito (Pnatrans). O documento orientará ações e programas para diminuição
dos índices negativos no trânsito em todo o país e submeterá os estados a metas
anuais. O objetivo será a redução de pelo menos 50% das mortes por veículos em
dez anos.
O PLC
47/2016, que agora será votado pelo Plenário, determina que o Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) estabeleça metas anuais de redução de mortes no
trânsito para todos os estados, em duas categorias: mortes por grupo de
habitantes e mortes por categoria de veículo. Os Conselhos Estaduais de
Trânsito (Cetrans) participarão da elaboração das metas, promovendo audiências
públicas em seus estados. As metas serão divulgadas a cada ano durante a Semana
Nacional do Trânsito, em setembro.
Os Cetrans
deverão delinear as ações e programas que estiverem conduzindo para garantir o
cumprimento de suas metas, bem como dar transparência à execução do orçamento
destinado a esse objetivo.
A execução
das metas se dará de forma independente do próprio Pnatrans, que, segundo o
projeto de lei, será elaborado oportunamente. Ele será desenvolvido em conjunto
por órgãos competentes das áreas de trânsito, transportes, saúde e justiça. O
Pnatrans deverá prever mecanismos de participação da sociedade, campanhas
públicas permanentes, divulgação de balanços e ferramentas de fiscalização.
O relator,
senador Roberto Rocha (PSB-PE), apresentou emenda para assegurar uma punição
aos estados que não cumprirem a meta mínima de redução de 50% das mortes no
trânsito em dez anos. Segundo a proposta do senador, esses estados terão que
duplicar a sua contribuição ao Fundo Nacional de Segurança e Educação no
Trânsito a cada ano que passarem sem cumprir a meta. Essa punição poderá ser
aplicada até três vezes.
Em seu
relatório, Roberto Rocha observa que, além da perda de vidas, os acidentes de
trânsito possuem altíssimo custo social. Em 2014, segundo dados citados pelo
senador, o país perdeu 43.780 pessoas, e cerca de 600.000 outras ficaram com
sequelas permanentes. No mesmo ano, os acidentes consumiram R$ 56 bilhões em
gastos de atendimento, infraestrutura e produtividade humana.
Os senadores
José Pimentel (PT-CE), João Capiberibe (PSB-AM), Garibaldi Alves Filho
(PMDB-RN), Ana Amélia (PP-RS) e Lídice da Mata (PSB-BA) destacaram a
importância do projeto, que foi apresentado na Câmara em 2014 pelo então deputado
Beto Albuquerque. Referindo-se ao número de mortos em acidentes de trânsito,
Ana Amélia disse que "cada fim de semana no Brasil é uma guerra
civil".
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