
Foi aprovado
nesta quarta-feira (3), na comissão mista, o relatório do senador Romero Jucá
(PMDB-RR) sobre a Medida
Provisória 759/2016, que trata da regularização fundiária rural e urbana.
O PSOL optou
por apresentar um voto em separado, citando vários movimentos e organizações
que se posicionam contra a proposta. Para a deputada Luiza Erundina (Psol-SP),
a medida é um retrocesso na legislação agrária e favorece a grilagem.
—Tem que se
fazer uma ampla e estrutural reforma agrária no país, e estão sendo feitos
remendos para corrigir distorções, inclusive comprometendo a legislação que
avançou ao longo das últimas décadas, e que não estava de todo implementada —
disse.
O deputado
Glauber Braga (PSOL-RJ) argumentou que o assunto não poderia ter sido tratado
por medida provisória.
— Essa
matéria deveria ter vindo por projeto de lei para garantir, no mérito
inclusive, que os assentamentos pudessem ter a infraestrutura adequada à vida
das pessoas.
Regularização
O senador
Romero Jucá rebateu as críticas afirmando que a proposta não vai estimular a
grilagem e que a postura do partido é equivocada.
— Não
estamos incentivando grilagem, ao contrário. Estamos detalhando, regularizando,
dando posse, legalmente, aos que estão ocupando a terra. É diferente. Nós
estamos privilegiando os pequenos — afirmou.
Segundo
Jucá, o texto pretende diminuir os conflitos agrários, dar segurança jurídica
para os que ocupam há anos terras em assentamentos do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou do programa de reforma agrária do
governo federal, e trazer melhorias ao campo e à cidade.
Presidente
da comissão mista, o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou que não há
previsão de quando a MP será apreciada pelo Plenário da Câmara, mas disse
esperar que ela entre na pauta o mais rápido possível.
Menos
burocracia
Na
apresentação do relatório, na semana passada, Jucá incluiu um adendo acolhendo
sugestões de parlamentares, como a diminuição de burocracia na regularização
dos títulos de terras e a modernização e simplificação no processo de venda de
imóveis da União.
A MP 759
trata também da liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma
agrária e da regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal, além de
instituir mecanismos relativos aos procedimentos de alienação de imóveis da
União.
O texto
abriu a possibilidade de o Incra efetuar o pagamento em dinheiro das terras
desapropriadas para reforma agrária, e não apenas com Títulos da Dívida Agrária
(TDAs). O objetivo, segundo o governo, é facilitar a regularização de lotes à
medida que a negociação direta diminui as demandas judiciais.
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