sexta-feira, 31 de maio de 2013

Falta de vontade política do governo federal causa conflito, diz Famasul


Riedel considera demarcação 'surreal' e defende inclusão da Embrapa.
Segundo ele, invasões param produção e criam insegurança para investir.


Presidente da Famasul, Eduardo Riedel (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)Presidente da Famasul, Eduardo Riedel, durante
coletiva (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
A falta de vontade política do governo federal é determinante para a falta de solução do conflito por terras entre produtores rurais e indígenas em Mato Grosso do Sul, conforme afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul), Eduardo Riedel, na tarde desta sexta-feira (31). Segundo ele, as duas partes vão parar de sofrer se a União agir.

“O governo federal tem que agir, mas o que a gente não pode é aceitar a expropriação. Isso é ilegal em qualquer democracia do mundo. As autoridades federais precisam fazer algo para diminuir a tensão no campo, é preciso dar respaldo de segurança aos proprietários das fazendas”, afirmou.

Riedel criticou a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) na demarcação de terras indígenas e defende a inclusão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no processo, por ser uma entidade técnica. “A demarcação da Funai é surreal. Eles [servidores] entram e o fazendeiro não sabe o que demarcou e qual o critério utilizado”, destacou.
Invasões
O presidente da Famasul disse que tem conhecimento de movimentação de índios de outras etnias – de várias regiões do estado e do Paraguai – em direção à fazenda Buriti. Eles estariam ameaçando invadir também outras propriedades vizinhas em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande.

Riedel citou também a propriedade invadida em Aquidauana, a 143 km de Campo Grande, e declarou que está sabendo de movimentação em Caracol, a 384 km da capital sul-mato-grossense.

“A gente tem alertado para a possibilidade de conflitos e invasões. Estamos pedindo apoio e reforço das autoridades, pois estamos tendo invasões em todo o estado. É um ato que está longe de ser legal”, afirmou.

O impacto na produção, de acordo com o presidente da Famasul, está ligado ao tamanho da área e à cultura que produz no local. As invasões geram interrupção imediata na produção e criam insegurança para investidores, segundo ele.

Soluções
Entre possíveis soluções para o conflito, Riedel pontuou a aceleração do julgamento do processo da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, no Supremo Tribunal Federal (STF). “Seria importante para balizar constitucionalmente outras questões de terra no país.” Além disso, ressaltou o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 215, que submete a homologação das terras à aprovação na Câmara dos Deputados.

Por enquanto, a Famasul tenta suspender todos os processos até que se tenha caminho para demarcação de terras indígenas
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