
“Os políticos costumam aferrar-se ao poder como psicopatas”. Hugo Marietan, médico-psiquiatra argentino e professor na Universidade de Bs. Aires.
O psiquiatra
argentino Hugo Marietán, numa entrevista ao jornal La Nación, de Buenos Aires,
em fevereiro deste ano, fez uma instigante análise sobre a psicopatologia e os
políticos, a qual cabe perfeitamente para certos homens que militam na política
brasileira.
A jornalista
Laura di Marco perguntou a Marietán como é possível de se distinguir um
político decente de um político psicopata? A resposta do médico e professor da
Universidade de Buenos Aires é o retrato falado de alguns políticos brasileiros
que atualmente figuram nas primeiras páginas da imprensa. Eis a opinião do
conceituado psiquiatra argentino.
"Uma
característica básica do psicopata é que ele é um mentiroso, mas não é um
mentiroso qualquer. É um artista. Mente com a palavra, mas também com o corpo.
Atua. Pode, inclusive, fingir sensibilidade. Acreditamos nele uma e outra vez,
porque é muito convincente. Um dirigente qualquer sabe que tem que cumprir sua
função durante um tempo determinado. E cumprida a missão, vai embora. Ao
psicopata, por outro lado, uma vez que está acima, ninguém pode tirá-lo: quer
estar uma vez, duas, três vezes. Não deixa o poder e muito menos o delega”.
“Outra
característica é a manipulação que faz das pessoas. Em torno do dirigente
psicopata se movem pessoas que querem satisfazê-lo. Pessoas que, embaixo do
efeito persuasivo, são capazes de fazer coisas de que outro modo não fariam.
São pessoas subjugadas, sim, e, inclusive, podem ser de alto nível intelectual.
O líder psicopata não considera os cidadãos como pessoas com direito, mas as
consideram como coisas, porque o psicopata sempre trabalha para ele mesmo,
ainda que em seu discurso diga tudo ao contrário.”
“O psicopata
vê as pessoas como simples instrumentos. Ele carece da habilidade emocional da
empatia, que é a capacidade de qualquer pessoa normal de pôr-se no lugar do
outro. ‘As coisas’(as pessoas), para o líder político com essas
características, tem que estar a seu serviço: pessoas, dinheiro, a famosa caixa
para pagamentos, para comprar vontades. Utilizam o dinheiro como elemento de
pressão, porque utilizam a coerção. A pergunta do acionar psicopatológico
típico é: como dobro a vontade do outro? Com um cargo, com um plano, com um
subsídio? Como divido?”
“Os
políticos importantes – concluiu o Dr. Hugo Marietán – geralmente são
psicopatas por uma simples razão: o psicopata adora o poder. Utiliza as pessoas
para obter mais e mais poder e as transformam em ‘coisas’ para o próprio
benefício dele. Isto não quer dizer, logicamente, que todos os políticos ou
todos os líderes sejam psicopatas, mas sim que o poder é um ambiente onde eles
se movem como peixe na água”.
QUEM É MARITÁN
O psiquiatra
Hugo Maritán, tem 57 anos, além de professor na UBA, é vice-diretor da revista
de neuropsiquiatria Almaceón e coordenador do portal espanhol psiquiatria.com.
Nos hospitais Moyano, Esteves e Borda, na capital argentina, dirigiu cursos de
semiologia psiquiátrica.
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