quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CGU revela prejuízo de US$ 659,4 milhões na compra de Pasadena

Relatório foi encaminhado para Petrobras e empresa terá que tomar medidas para ressarcir os danos


BRASÍLIA - Relatório concluído pela Controladoria Geral da União (CGU) nessa terça-feira revela que a Petrobras pagou US$ 659,4 milhões a mais pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Considerando o estado de Pasadena à época da aquisição, a CGU considerou que a estatal pagou um preço superior àquele considerado justo pelo negócio.

O documento já foi encaminhado para a Petrobras. A empresa deverá adotar as providências necessárias, judicialmente ou extrajudicialmente, para ressarcir o dano de mais de US$ 650 milhões revelados pela CGU. O relatório foi também enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, aberta no Congresso para apurar o caso.

O ministro-chefe da CGU, Jorge, Hage, ainda determinou a instauração imediata de processos administrativos contra 22 pessoas, entre elas ex-dirigentes, empregados e ex-empregados da Petrobras, incluindo os já identificados pela Comissão Interna da Apuração (CIA) da estatal. Ao final dos processo, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e os ex-diretores Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada podem ser responsabilizados.

Em 2006, 50% da refinaria foi comprada. A aquisição da outra metade ocorreu em 2008. De acordo com o relatório da CGU, o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), feito pela estatal para a compra dos primeiros 50%, não considerou todas as premissas aplicáveis ao negócio, o que poderia ter reduzido o valor máximo aceitável para a compra.

A CGU identificou que a argumentação usada para a aceitação de um valor superestimado para a compra em 2006 foi fundamentada na potencial rentabilidade do empreendimento, e não no valor dos ativos no estado em que se encontravam. Para a CGU, a Petrobras deveria e poderia ter buscado, nas negociações, entre os diversos cenários montados pela consultoria Muse Stancil, o que mais a favorecesse, mas acabou escolhendo o pior deles. Com isso, a empresa belga Astra Oil – então proprietária de Pasadena – teve vantagens na negociação.

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