Papa teria
enviado cartas a Obama e Raúl Castro, além de receber delegações de seus países

WASHINGTON —
As negociações entre os Estados Unidos e Cuba passaram por Canadá e Vaticano,
revelou o “New York Times” nesta quarta-feira, com o Papa Francisco assumindo
um papel essencial.
De acordo
com o diário, o Papa encorajou reuniões secretas entre Obama e o presidente
cubano, Raúl Castro, que deu fim a décadas de hostilidades e reabriu as
relações diplomáticas. Após 18 meses de encontros sediadas no Canadá e
encorajados por Francisco, o pontífice foi o anfitrião do último encontro. O
acordo final foi selado com um telefonema entre os presidentes.
Ao anunciar
as novas relações diplomáticas, Obama agradeceu ao Papa por seu papel no
processo, e por “seu exemplo moral, mostrando ao mundo como ele deveria ser, em
vez de simplesmente se conformar com o mundo como é”.
Cuba e o
Vaticano estabeleceram relações diplomáticas em 1996, e essa aproximação foi
encarada por muitos como uma tentativa de amenizar as restrições comerciais
impostas pelos Estados Unidos. O Papa João Paulo II foi o primeiro a visitar a
ilha caribenha, em 1998.
Em 2012, seu
sucessor, Bento XVI, também visitou Cuba, onde foi recebido por Raúl Castro e
celebrou uma missa ao ar livre para mais de 200 mil pessoas. Bento XVI afirmou
que o regime marxista do governo cubano “já não correspondia mais à realidade”,
mas também criticou o embargo americano.
O secretário
americano de Estado, John Kerry, visitou o Vaticano em três ocasiões: em
janeiro, março e há poucos dias, quando se encontrou com o arcebispo Pietro
Parolin, chefe das Relações Exteriores da Santa Sé. No encontro, o Vaticano
teria reiterado o pedido para que os Estados Unidos fechem o centro de detenção
na Baía de Guantánamo, em Cuba, que abriga suspeitos de terrorismo.
"Sua
Santidade quer parabenizar a decisão histórica tomada pelos governos dos
Estados Unidos e de Cuba para estabelecer relações diplomáticas, com o objetivo
de superar, no interesse de cidadãos de ambos os países, as dificuldades que
marcaram sua História recente", informou o Vaticano em comunicado.
O documento confirmou a participação do Vaticano "na facilitação do diálogo construtivo sobre assuntos delicados, resultando em soluções aceitáveis para ambas as partes", e afirmou que o Papa enviou cartas a Castro e Obama, "convidando-os a resolver questões humanitárias de interesse comum, incluindo a situação de certos prisioneiros, para iniciar uma nova fase nas relações entre os dois países".
O documento confirmou a participação do Vaticano "na facilitação do diálogo construtivo sobre assuntos delicados, resultando em soluções aceitáveis para ambas as partes", e afirmou que o Papa enviou cartas a Castro e Obama, "convidando-os a resolver questões humanitárias de interesse comum, incluindo a situação de certos prisioneiros, para iniciar uma nova fase nas relações entre os dois países".
O comunicado
do Vaticano disse ainda que "A Santa Sé continuará a garantir o apoio a
iniciativas que ambos os países adotem para fortalecer suas relações bilaterais
e promover o bem-estar de seus respectivos cidadãos".
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