quinta-feira, 18 de abril de 2013

SESSÃO ESPECIAL E EXPOSIÇÃO NO SENADO MARCAM O DIA DA LEMBRANÇA DO HOLOCAUSO


De 06 a 28 de abril Brasília receberá uma exposição que marcará uma homenagem especial às crianças vítimas do Holocausto e da violência em todo mundo. A exposição “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto” será aberta ao público, com visitação gratuita, e exibida no Salão Negro do Congresso Nacional diariamente das 9h às 17h, com curadoria do Museu do Holocausto de Curitiba.


A exposição

Em exibição inédita, a exposição “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto” foi criada com um acervo especial do Museu do Holocausto, sediado em Curitiba, que recebeu contribuições de sobreviventes e instituições ligadas à memória do Holocausto em todo o mundo.

O presidente da Associação Casa da Cultura Beit Yaacov, idealizador da exposição e do primeiro Museu do Holocausto no Brasil, Miguel Krigsner, comenta que a violência é, mundialmente, uma experiência devastadora para as crianças. “A violência contra as crianças ao redor do mundo não pode mais ser admitida e a proposta desta exposição é, realmente, promover a reflexão do que pode ser feito para fazer a diferença e também para evitar que genocídios como o Holocausto voltem a acontecer. Destacando as crianças, discutimos qual sociedade estamos dispostos a proporcionar a elas”, destaca.

Durante a visitação, que é totalmente interativa e educativa, os participantes poderão conferir histórias de resistência e sobrevivência, informações históricas distribuídas em 26 painéis sobre as 1,5 milhão de crianças assassinadas durante o Holocausto, além de ter acesso a depoimentos em vídeo e a um acervo especial de peças que retratam a memórias das vítimas, como documentos oficiais de nacionalidade, cartões postais enviados dos campos de concentração, cartas de familiares, peças pessoais: lenço de tecido, livro judaico de rezas, cadernetas de anotações, além de livro de registro de refugiados, bilhete de passagem, manuscritos, entre outros.

As peças foram cedidas por sobreviventes do Holocausto ou seus familiares e foram incluídas no acervo da exposição. Ao final da visitação, os participantes também passarão por um observatório, por onde será possível enxergar várias luzes em pequenos espelhos que refletem luzes, simbolizando as vidas que se foram pelo Holocausto. Dentro da “caixa escura”, vozes de 11 adolescentes curitibanos, muitos descendentes de sobreviventes, destacarão nomes de crianças judias assassinadas durante o Holocausto, suas idades e locais de origem. Esse espaço foi inspirado no Memorial das Crianças do Yad Vashem, em Jerusalém.

A exposição termina com um painel colorido onde estão registrados os direitos internacionais das crianças pela UNICEF, intercalados por algumas gavetas que o público poderá abrir e se surpreender com reproduções de brinquedos e objetos relacionados à infância. Outras gavetas permanecerão fechadas, simbolizando as infâncias roubadas no Holocausto.

O tema

Historicamente, o abandono, a negligência, o sacrifício e a violência contra a criança sempre existiram e eram aceitos pela sociedade, chegando à eliminação velada de milhares de crianças, como no Holocausto, que eram consideradas como um “estorvo inútil”.

Ainda hoje, em todo o mundo, milhões de crianças são expostas à violência, inclusive, dentro de suas casas. A exposição “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto” traz à tona a discussão sobre todas as formas de violência e suas influências, que envolve fatores distintos, mas é reforçada pelo preconceito e aspiração de superioridade dos seus agressores. “Queremos com a exposição demonstrar que a violência não pode ser aceita como inevitável ou normal, e que todos os tipos de violência provocam lesões duradouras na vida dessas crianças”, comenta o coordenador da exposição e do Museu do Holocausto, Carlos Heiss. “Cuidar das crianças é responsabilidade de todos”, completa.

Dia da Lembrança do Holocausto

O Yom HaShoá ou "Dia da Lembrança do Holocausto", ocorre em 8 de abril, dia da abertura oficial da exposição no Salão Negro do Congresso Nacional e da Sessão Solene em homenagem vítimas do Holocausto. Com mais de 95 mil judeus, o Brasil tem a segunda maior população judaica da América Latina (a décima maior do mundo), mais presentes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais.

A data é celebrada oficialmente pelo Estado de Israel e pelas comunidades judaicas espalhadas pelo mundo, como uma lembrança e um tributo ao levante armado do “Gueto de Varsóvia”, de 1943, numa ação dirigida contra a ocupação nazista e o genocídio organizado contra os judeus com suas cerca de 6 milhões de vítimas em mãos dos nazistas e seus colaboradores entre 1933 e 1945.

Ações educativas

Além da visitação à exposição, de 6 a 28 de abril, no Salão Negro do Congresso Nacional, Brasília também contará com ações educativas idealizadas especialmente para atender aos estudantes. Nos dias 12, 19 e 26 de abril serão realizadas três palestras especiais, com sobreviventes do Holocausto, que estarão na cidade para contar suas histórias e experiências aos alunos. As palestras acontecem no Auditório Antônio Carlos Magalhães, com capacidade para 150 participantes. As visitas estão sendo organizadas pela Secretaria de Relações Públicas do Senado Federal responsáveis pela Visitação Institucional.

Realização, Promoção e Apoio

A exposição “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto” é uma realização do Museu do Holocausto de Curitiba e da Associação Casa de Cultura Beit Yaacov. Uma promoção do Senado Federal, da Embaixada de Israel e da Wizo Brasil, com o apoio do Governo Federal por meio da Secretaria de Direitos Humanos, da Embaixada da Polônia, da Confederação Israelita Brasileira (CONIB), da Comunidade Israelita do Paraná, da B’nai B’rith, do Instituto Shoah de Direitos Humanos, da Leer – Universidade de São Paulo e da Arqshoah.

A ação é presidida por Miguel Krigsner, com concepção curatorial e coordenação-geral de Carlos Reiss, coordenação museológica de Fernanda Motta Nunes de Souza, concepção Museográfica e de Comunicação de Alvaro Gusso e instalações e execução da Mão Colorida Comunicação Visual.

A trilha sonora é de Hélio Ziskind, a direção de vozes de Gerson Fisbein e as vozes são dos adolescentes: Gabriella Giandotti Gomar, Henrique Weishof, Ilana Feldman, Ilana Ida Grynbaum Ingberman, João Pedro Miskulin, Julia Troib, Laura Kaminski Paciornik, Lila Fisbein, Luisa Zindeluk Rotenberg, Rafaella Pereira Ferraro e Tomer Weishof.

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