
Houve beleza e utilidade na tarde de horrores da CPI. Numa
sessão crivada de ironias, coube ao deputado Chico Alencar (RJ), líder do PSOL,
realçar a serventia do não-depoimento de Carlinhos Cachoeira.
“Não foi uma sessão inútil”, disse ele. “Carlos Cachoeira
acaba de declarar aqui, com seu silêncio cínico e desrespeitoso, que tudo o que
consta da investigação é a mais pura verdade.”
O deputado qualificou o pseudodepoente como “chefe do PCD,
Partido Cachoeira Delta ou Partido Cachoeira Demóstenes”. Empilhou os crimes
que o silêncio do acusado coonestou: “Corrupção ativa, corrupção passiva,
peculato, contrabando, evasão divisas, sonegação fiscal, violação sigilo
funcional e formação de quadrilha.”
Como que decidido a potencializar o inusitado, Chico Alencar
recordou que “os crimes cometidos por Cachoeira e seus sócios, essa súcia de
malfeitores, foram desbaratados pela Polícia Federal. A mesma polícia que já
foi comandada tão brilhantemente pelo doutor Márcio Thomaz Bastos, que hoje
empresta o seu talento ao criminoso.”
Num canto da sala, cenho fechado, uma personagem observou o
lodo que escorria dos lábios de Chico Alencar e de outros congressistas:
Andressa Mendonça, 30, a jovem mulher de Cachoeira. Companheira do silêncio,
ela ofereceu ao Legislativo o contraponto do belo numa proveitosa tarde de horrores.
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