quarta-feira, 5 de junho de 2013

Luiz Henrique quer debater tecnologia dos EUA para extração de gás em camadas de xisto

Em discurso nesta quarta-feira (5), o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) afirmou que recente anúncio de que os Estados Unidos criaram uma nova e muito mais barata tecnologia de extração de gás “deixou o mundo atônito” e pode alterar a economia de todo o planeta. Ele informou que propôs na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) a realização de uma audiência pública, com técnicos do Ministério de Minas e Energia, da Petrobras e de outras instituições, para debater o assunto, já que o Brasil também possui reservas na camada de xisto.
- Recentemente, aquele país [os Estados Unidos] assombrou a economia mundial ao anunciar que está extraindo milhares de toneladas de gás, por um processo chamado fraturamento (fracking, em inglês), de placas de xisto localizadas no subsolo terrestre, a cerca de mil metros ou mais de profundidade – disse.
Até então, de acordo com o senador, a extração de gás e petróleo das camadas de xisto (tipos de rocha que se apresentam em lâminas, onde se encontram grandes quantidades de gás e petróleo) tinha custo altíssimo. Com a nova tecnologia, disse Luiz Henrique, o custo da extração é muito menor, o que pode tornar os Estados Unidos praticamente autossuficientes em produção de energia fóssil nas próximas décadas.
- Sua extração por fratura hidráulica vai mudar a geografia econômica do mundo, reduzindo a importância dos poços petrolíferos do Oriente Médio, criando, assim, uma nova geopolítica mundial. Se com o gás do xisto os Estados Unidos vierem a reduzir as suas importações, os países árabes perderão a importância estratégica que têm hoje – avaliou.
O novo método pode afetar inclusive o Brasil, segundo Luiz Henrique, pois o preço desse gás americano corresponderia a apenas 20% do preço do gás consumido em nosso paísl, em sua maioria importado da Bolívia.
- As indústrias brasileiras, que já apresentam declínio em sua competitividade mundial, vão sofrer ainda mais, ficarão ainda menos competitivas, o que afetará mais fortemente aquelas que são mais intensivas no uso de gás, como a indústria cerâmica, a metalúrgica, a petroquímica, a química e a de vidro – afirmou.
Entretanto, a tecnologia americana pode também causar grandes impactos ambientais, com contaminação do fundo do solo com produtos químicos e o comprometimento de lençóis freáticos e de reservas hídricas, pois centenas de milhões de litros de água têm de ser desviados para esse fim.
- Por isso, ele já foi banido em países como França, Austrália, Espanha e em muitos estados da Alemanha. Até mesmo o estado de Nova York, onde se concentram grandes jazidas de xisto, baniu esse processo de exploração, primeiro, porque não se conhecem as consequências ambientais; segundo, porque cientificamente não se tem como mensurar a extensão desses danos – acrescentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria!

Total de visualizações de página