França está
relutante. Assad afirma que ataques sem autorização serão ‘atos de agressão’

WASHINGTON —
Os Estados Unidos intensificaram seu pedido por uma campanha internacional
contra os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, e pretendem
recrutar parceiros para uma possível ação militar conjunta, afirmou o governo
americano nesta quarta-feira.
— Estamos
trabalhando com nosso aliados e perguntando como eles podem contribuir. A ajuda
pode ser humanitária, militar, diplomática ou na inteligência — afirmou a
porta-voz do Departamento de Estado, Jan Psaki.
Reino Unido
e Austrália são potenciais candidatos, e a Alemanha afirmou que está dialogando
com os Estados Unidos e outra nações a respeito de ações militares contra o
grupo jihadista. No entanto, alguns aliados, como a França, ainda carregam
amargas memórias do coalizão de 38 países liderada pelos americanos que invadiu
o Iraque em 2003. A alegação de que o país mantinha armas de destruição em
massa provou ser falsa após a invasão do Iraque. Segundo membros do governo, os
Estados Unidos poderiam agir sozinhos caso fosse necessário.
Embora o
governo iraquiano tenha aprovado os ataques aéreos contra os militantes, o
presidente sírio, Bashar al-Assad, alertou que qualquer ataque realizado sem
sua permissão será considerado um ato de agressão, o que poderia levar os
Estados Unidos e sua possível coalizão a um conflito com a Síria.
A embaixada
britânica em Washington afirma que não recebeu qualquer pedido dos Estados
Unidos para realizar ataques aéreos. O porta-voz do primeiro-ministro
australiano, Tony Abbott, afirmou que a ajuda humanitária no Iraque pode
continuar, mas evitou falar sobre participações militares.
— Nossa
resposta a qualquer pedido dos Estados Unidos ou de algum outro aliado será
baseado no propósito humanitário, no papel desempenhado pela Austrália e numa
cuidadosa avaliação dos riscos — afirmou o porta-voz.
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Entre os
aliados mais relutantes está a França, que ficou frustrada após o presidente
americano, Barack Obama, recuar de ataques na Síria após um ataque químico
realizado por forças leais a Assad, em 2013.
— Foi
vergonhoso para nós. Considerando o que aconteceu no ano passado, quando os
americanos decidirem tomar uma atitude, precisaremos de fortes garantias antes
de nos comprometermos com qualquer coisa — afirmou um diplomata francês, que
revelou que o governo de François Hollande realizará uma conferência em
setembro para aproximar países árabes e ocidentais na luta contra o Estado
Islâmico.
— O objetivo é conseguir uma visão ampla de como lidar com o Estado
Islâmico, tanto no Iraque quanto na Síria. Analisar o que cada país está
disposto a fazer e discutir a melhor maneira de lidar com Assad e a Síria.
Entre os
países envolvidos na discussão estão nações que querem enfraquecer o grupo
jihadista, mas não estão dispostas a participar de ações militares. A lista
inclui Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Qatar e Jordânia.
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