quinta-feira, 28 de agosto de 2014

EUA querem coalizão contra Estado Islâmico


França está relutante. Assad afirma que ataques sem autorização serão ‘atos de agressão’



WASHINGTON — Os Estados Unidos intensificaram seu pedido por uma campanha internacional contra os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, e pretendem recrutar parceiros para uma possível ação militar conjunta, afirmou o governo americano nesta quarta-feira.

— Estamos trabalhando com nosso aliados e perguntando como eles podem contribuir. A ajuda pode ser humanitária, militar, diplomática ou na inteligência — afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jan Psaki.

Reino Unido e Austrália são potenciais candidatos, e a Alemanha afirmou que está dialogando com os Estados Unidos e outra nações a respeito de ações militares contra o grupo jihadista. No entanto, alguns aliados, como a França, ainda carregam amargas memórias do coalizão de 38 países liderada pelos americanos que invadiu o Iraque em 2003. A alegação de que o país mantinha armas de destruição em massa provou ser falsa após a invasão do Iraque. Segundo membros do governo, os Estados Unidos poderiam agir sozinhos caso fosse necessário.

Embora o governo iraquiano tenha aprovado os ataques aéreos contra os militantes, o presidente sírio, Bashar al-Assad, alertou que qualquer ataque realizado sem sua permissão será considerado um ato de agressão, o que poderia levar os Estados Unidos e sua possível coalizão a um conflito com a Síria.

A embaixada britânica em Washington afirma que não recebeu qualquer pedido dos Estados Unidos para realizar ataques aéreos. O porta-voz do primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmou que a ajuda humanitária no Iraque pode continuar, mas evitou falar sobre participações militares.

— Nossa resposta a qualquer pedido dos Estados Unidos ou de algum outro aliado será baseado no propósito humanitário, no papel desempenhado pela Austrália e numa cuidadosa avaliação dos riscos — afirmou o porta-voz.

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Entre os aliados mais relutantes está a França, que ficou frustrada após o presidente americano, Barack Obama, recuar de ataques na Síria após um ataque químico realizado por forças leais a Assad, em 2013.

— Foi vergonhoso para nós. Considerando o que aconteceu no ano passado, quando os americanos decidirem tomar uma atitude, precisaremos de fortes garantias antes de nos comprometermos com qualquer coisa — afirmou um diplomata francês, que revelou que o governo de François Hollande realizará uma conferência em setembro para aproximar países árabes e ocidentais na luta contra o Estado Islâmico. 

— O objetivo é conseguir uma visão ampla de como lidar com o Estado Islâmico, tanto no Iraque quanto na Síria. Analisar o que cada país está disposto a fazer e discutir a melhor maneira de lidar com Assad e a Síria.

Entre os países envolvidos na discussão estão nações que querem enfraquecer o grupo jihadista, mas não estão dispostas a participar de ações militares. A lista inclui Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Qatar e Jordânia.



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