quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Homem-bomba realiza ataque próximo à casa do novo primeiro-ministro iraquiano

EUA e União Europeia discutem ajuda humanitária e militar ao país


BAGDÁ — Um homem-bomba realizou um ataque num posto de controle, próximo à residência do novo primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, nesta terça-feira. Nenhuma vítima foi confirmada.

— O homem-bomba se detonou num posto de controle que controla a passagem para a casa do primeiro-ministro — afirmou um policial no local.
Representantes do escritório de Abadi não comentaram o incidente.

Abadi foi escolhido como primeiro-ministro pelo presidente iraquiano Fuad Masum, por ser considerado um xiita moderado, diferentemente de seu antecessor Nuri al-Maliki, visto por muitos como um líder autoritário e sectário, que rejeitou diversos pedidos para que renunciasse e desse lugar a uma figura menos polarizadora capaz de unir os iraquianos contra os insurgentes do Estado Islâmico que têm tomado o controle de diversas partes do país.

Embora Maliki tenha condenado a nomeação de Abadi e dito que iria “corrigir o problema”, o ex-primeiro-ministro parece ter retrocedido, e pediu às forças de segurança que se mantivessem longe de disputas políticas.

EUA PEDEM QUE POLÍTICOS EVITEM ‘COERÇÃO’ NO IRAQUE

Os Estados Unidos reiteraram nesta terça-feira suas advertências quanto ao uso da "coerção" na crise política que afeta o Iraque, no momento em que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki tenta se manter no poder.

— Rejeitaremos qualquer tentativa legal ou não de obter resultados através da coerção ou da manipulação dos procedimentos constitucionais ou judiciais — disse a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf. — Há um procedimento constitucional em andamento, que apoiamos.

O presidente Barack Obama deu seu apoio ao primeiro-ministro designado, Haidar al-Abadi, após criticar Maliki, a quem acusou de contribuir com a atual crise no país por ter deixado a minoria sunita fora do processo decisório. O ex-primeiro-ministro denunciou a nomeação de Abadi como uma violação da constituição e responsabilizou os Estados Unidos.

O governo americano enviou cerca de 130 soldados adicionais à capital do Curdistão iraquiano, Arbil, na tentativa de ajudar os iraquianos a combater os avanços do grupo jihadista Estado Islâmico, afirmou nesta terça-feira o secretário de Defesa, Chuck Hagel.

Em comunicado a Defesa americana afirmou que os soldados enviados ao Norte do Iraque “avaliarão as dimensões da missão humanitária e desenvolverão opções adicionais de assistência humanitária”.

UNIÃO EUROPEIA REFORÇA AJUDA AO IRAQUE

A Comissão Europeia destinou cinco milhões de euros para ajuda humanitária aos civis refugiados no Iraque. A reunião com embaixadores dos 28 membros da União Europeia buscou coordenar ações não somente no Iraque, mas também na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

A Comissão terá o papel de coordenar a ajuda humanitária e já iniciou o processo de criação de um mecanismo de proteção civil, que facilitará a mobilização de serviços de auxílio para responder a necessidades imediatas de países em crise.

Os países da União Europeia também saudaram “os esforços dos Estados Unidos e de seus parceiros para deter o crescimento do Estado Islâmico e facilitar o acesso à ajuda humanitária, no Iraque”. Quanto à possibilidade de aramar os combatentes curdos que lutam contra os jihadistas no Norte do país, a União não tem uma posição definida: a França se mostra favorável, enquanto a Suécia se opõe completamente à medida.



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