"Paciente
zero" morreu em dezembro, após febre alta e diarreia. Epidemia já matou quase
mil pessoas

RIO - Depois
de mais de seis meses e quase mil mortes desde o início do surto de ebola no
Oeste da África, cientistas anunciaram terem descoberto o que seria o “paciente
zero” que deu início à epidemia. Ele seria um menino de dois anos, que teria
contraído o vírus em uma aldeia em Guéckédou, no sudeste da Guiné, e morrido no
dia 6 de dezembro do ano passado, poucos dias depois de ter febre, com vômitos
e diarreia.
De acordo
com os especialistas, a doença teria se espalhado então para a mãe da criança,
além da irmã de 3 anos e a avó, antes de se transferir para um profissional de
saúde a partir de Guéckédou.
O estudo,
publicado na revista "New England Journal of Medicine", traçou o
caminho do ebola através da revisão de documentações hospitalares e entrevistas
com famílias afetadas, pacientes com suspeita de doença e habitantes de aldeias
na região entre Libéria, Guiné e Serra Leoa, que concentra cerca de 70% dos
casos.
O vírus é
transmitido por fluidos corporais, o que agrava a situação em hospitais com
pouca infraestrutura na África Ocidental. Os cientistas acreditam que o
contágio a infecção do primeiro profissional de saúde na Guiné “parece ter
provocado a disseminação do vírus para Macenta, Nzérékoré, e Kissidougou em fevereiro
2014 ". Em março a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia sido
notificada de que "uma doença contagiosa" se espalhou pela Guiné. No
entanto, não foi possível identificá-la como ebola ainda naquele mês.
O estudo
levantou ao menos duas hipóteses para a causa principal da epidemia. De acordo
com os cientistas, há chances de a criança ter ingerido frutas contaminadas por
fezes de morcego ou recebido uma injeção com uma agulha contaminada. No
primeiro caso, o ebola teria sido carregado por morcegos usados como vetor do
vírus.
Se a
contaminação através de uma agulha for a causa, o mais provável é que tenha
havido um caso anterior de infecção que não registrado.
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