domingo, 24 de agosto de 2014

Inteligência britânica identifica assassino de jornalista americano, diz jornal

Principal suspeito de realizar decapitação seria Abdel-Majed Abdel Bary, de 23 anos, um ex-rapper que foi lutar na Síria

LONDRES — Os serviços de inteligência britânicos identificaram o membro do Estado Islâmico (EI) responsável pelo assassinato do jornalista americano James Foley, de acordo com o jornal “The Sunday Times”, que cita altas fontes do governo. Embora as autoridades não tenham dado detalhes sobre o homem, o principal suspeito é Abdel-Majed Abdel Bary, de 23 anos, um ex-rapper que foi lutar na Síria junto com os jihadistas do Estado Islâmico.

À CNN, o embaixador britânico nos Estados Unidos, Peter Westmacott, falou neste domingo que o Reino Unido “está perto” de identificar o militante extremista e destacou que não poderia falar sobre a identidade do assassino.

No vídeo publicado na semana passada no YouTube, Foley é visto ajoelhado ao lado de um homem vestido de preto. Logo depois da divulgação do filme, os serviços de segurança dos EUA e do Reino Unido começaram a verificar a identidade do executor, que aparece nas imagens falando em inglês com sotaque britânico.

O embaixador britânico destacou na entrevista que o governo está utilizando tecnologias sofisticadas para identificar a voz e verificar quem é o jihadista. Westmacott também ressaltou que cerca de 500 britânicos viajaram a Síria e Iraque para se juntar ao movimento do Estado Islâmico.

O secretário de Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, declarou em um artigo publicado neste domingo no “Times” de Londres que o assassinato de Foley foi uma “alta traição ao país”.

— É horrível pensar que quem cometeu esse ato odioso tenha sido criado no Reino Unido —, disse Hammond.

EX-RAPPER É PRINCIPAL SUSPEITO

Até o ano passado, o jihadista Abdel-Majed Abdel Bary morava na casa da família em Londres, avaliada em 1 milhão de libras (cerca de R$ 3,8 milhões). Na época, ele teria dito que “deixou tudo pelo amor de Alá” para lutar pelo grupo jihadista.


com a mensagem: “Relaxando com meu amigo, ou o que sobrou dele.” Além dessa imagem chocante, a conta de Bary — que já foi apagada — contava com outras fotos de cabeças cortadas exibidas em grades na praça. Ao lado de um dos registros, ele escreveu: “É lindo quando você vê as leis de Alá sendo implementadas.”

Segundo a imprensa britânica, o Serviço Secreto investigou outros dois britânicos também como suspeitos do assassinato de Foley. Seus nomes são Abu Hussain Al Britani e Abu Abdullah Al Britani. Bary seria o líder de um grupo de três ou quatro jihadistas britânicos na Síria, conhecido como The Beatles e cujo papel seria a custódia do sequestrado, mantido na cidade ocidental de Raqqa.

O pai de Bary, Adel Abdul Bary, 53 anos, foi extraditado para os Estados Unidos em 2011, onde enfrenta uma possível sentença de prisão perpétua por suspeita de ser um dos tenentes de Bin Laden na al-Qaeda e como diretor de uma célula terrorista em Londres. Ele também é acusado de envolvimento nos ataques às embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia em 1998.


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