segunda-feira, 28 de abril de 2014

A OPOSIÇÃO MARANHENSE




Por: Almir Moreira, advogado.

A oposição maranhense está concentrada nas mãos de quem, de certa forma, direta ou indiretamente esteve vinculada ao que ela tanto combate: o senador Sarney. Por esta razão, suas ações se restringem apenas a isso, ao combate pessoal, passam a ideia do seguinte: a questão é só de gerenciamento. Tirou o grupo dominante do comando do governo estadual, tudo estará resolvido. Há algum tempo percorrem o Estado promovendo reuniões – campanha disfarçada, nas barbas da Justiça Eleitoral –, apelidadas de diálogos pelo Maranhão, donde a toada é uma só, gritaria histérica contra Sarney. 

Só não dizem que esses diálogos já se tornaram realidades nos governos de José Reinaldo, Jackson Lago, João Castelo e, atualmente, Edvaldo Holanda Junior, e que essas realidades dialogantes não proporcionaram nenhuma mudança real na vida do maranhense, restringiram-se a acudir uma confraria de amigos, a círculos familiares, aliadas a gente que se imiscui na política apenas para comerciar. Enfim, não implementaram nada de novo no tocante ao método de governar, valeram-se de práticas tidas por eles como autoritárias e arbitrárias.

Embora o candidato se apresente com ar de novidade, marcado por sua juventude e propalada competência, apesar de não se saber bem em quê, no fundo, no fundo mesmo, a proposta oposicionista de mudança para o Maranhão se restringe exclusivamente à troca de comando, à troca de Governador. Basta eleger o candidato de oposição e, pimba, a mágica se opera, tudo muda da noite para o dia, comida farta, saúde, segurança e educação pra dar e vender, essa é a mercadoria vendida nos tais diálogos itinerantes, campanha eleitoral disfarçada, como já disse, só permitida por conta dessa legislação eleitoral permissiva; cujo questionamento, inclusive, essa oposição de nada, caso prezasse por princípios democráticos, deveria fazer por intermédio de seus representantes no parlamento federal.

A mudança real nas políticas dos Estados opera-se com algo similar ao que precisa acontecer com os municípios: FORMULAÇÃO DE UM NOVO PACTO FEDERATIVO e REFORMA POLÍTICA ELEITORAL. Entendam recursos para os Estados e Municípios mais condizentes com suas obrigações e transferência ou corresponsabilidade de demandas entre os três entes federados de forma mais equânime – por exemplo, por que a União não pode federalizar o ensino básico? –, e, na reforma politica, redução do número de partidos políticos, fim da reeleição para o executivo, limitação de mandato legislativo e propaganda eleitoral restrita a trinta dias, baseada exclusivamente no rádio, televisão e jornal, realizada diretamente pelos candidatos, sem o auxílio de nenhum meio capaz de maquiar a performance dos mesmos.

Não, não há sinal nenhum de novidade no apresentado pela oposição maranhense para este pleito vindouro; seu candidato vincula-se no plano federal com o mesmo grupo do qual o senador Sarney faz parte, e, ao dirigir o Estado e cidade como São Luís, nada fizeram ou fazem a não ser homenagear amigos e familiares. Com essa oposição estadual de caráter familiar, entre amigos íntimos e gente interessada na mercância, mudança nenhuma ocorrerá, porventura venha a ganhar, a articulação para chegada ao poder, simplesmente por chegar, apenas repetiria um círculo vicioso da política brasileira que tão bem a sabedoria popular já sacramentou com a máxima: “trocam as coleiras, mas os cachorros são os mesmos”.

A oposição reinante no Maranhão, por isso oposição de nada, não propõe nada de novo, as velhas caras cansadas de chafurdarem no colo do senador Sarney são o maior sintoma de que a luta pelo poder é o fim, é o único objetivo. Essa atuação nesses moldes subverte a verdadeira ordem democrática, pois dificulta a alternância de poder e exerce enganação impiedosa sobre gente desinformada e, às vezes, bem intencionada. O Maranhão e os Estados da federação não precisam de “mudanças” como a proposta pela oposição maranhense, parte dela ávida pelo poder, por vaidade, outra parte pelo comércio e outra parte por ciúmes e inveja, pelo simples fato de essas pseudomudanças nada significarem, e, antes, causarem confusão e frustração na mente das pessoas.


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