
Por: Almir
Moreira, advogado.
A oposição
maranhense está concentrada nas mãos de quem, de certa forma, direta ou
indiretamente esteve vinculada ao que ela tanto combate: o senador Sarney. Por
esta razão, suas ações se restringem apenas a isso, ao combate pessoal, passam
a ideia do seguinte: a questão é só de gerenciamento. Tirou o grupo dominante
do comando do governo estadual, tudo estará resolvido. Há algum tempo percorrem
o Estado promovendo reuniões – campanha disfarçada, nas barbas da Justiça
Eleitoral –, apelidadas de diálogos pelo Maranhão, donde a toada é uma só,
gritaria histérica contra Sarney.
Só não dizem que esses diálogos já se
tornaram realidades nos governos de José Reinaldo, Jackson Lago, João Castelo
e, atualmente, Edvaldo Holanda Junior, e que essas realidades dialogantes não
proporcionaram nenhuma mudança real na vida do maranhense, restringiram-se a
acudir uma confraria de amigos, a círculos familiares, aliadas a gente que se
imiscui na política apenas para comerciar. Enfim, não implementaram nada de
novo no tocante ao método de governar, valeram-se de práticas tidas por eles
como autoritárias e arbitrárias.
Embora o
candidato se apresente com ar de novidade, marcado por sua juventude e
propalada competência, apesar de não se saber bem em quê, no fundo, no fundo
mesmo, a proposta oposicionista de mudança para o Maranhão se restringe
exclusivamente à troca de comando, à troca de Governador. Basta eleger o
candidato de oposição e, pimba, a mágica se opera, tudo muda da noite para o
dia, comida farta, saúde, segurança e educação pra dar e vender, essa é a
mercadoria vendida nos tais diálogos itinerantes, campanha eleitoral
disfarçada, como já disse, só permitida por conta dessa legislação eleitoral
permissiva; cujo questionamento, inclusive, essa oposição de nada, caso prezasse
por princípios democráticos, deveria fazer por intermédio de seus
representantes no parlamento federal.
A mudança
real nas políticas dos Estados opera-se com algo similar ao que precisa
acontecer com os municípios: FORMULAÇÃO DE UM NOVO PACTO FEDERATIVO e REFORMA
POLÍTICA ELEITORAL. Entendam recursos para os Estados e Municípios mais
condizentes com suas obrigações e transferência ou corresponsabilidade de
demandas entre os três entes federados de forma mais equânime – por exemplo,
por que a União não pode federalizar o ensino básico? –, e, na reforma
politica, redução do número de partidos políticos, fim da reeleição para o
executivo, limitação de mandato legislativo e propaganda eleitoral restrita a
trinta dias, baseada exclusivamente no rádio, televisão e jornal, realizada
diretamente pelos candidatos, sem o auxílio de nenhum meio capaz de maquiar a
performance dos mesmos.
Não, não há
sinal nenhum de novidade no apresentado pela oposição maranhense para este
pleito vindouro; seu candidato vincula-se no plano federal com o mesmo grupo do
qual o senador Sarney faz parte, e, ao dirigir o Estado e cidade como São Luís,
nada fizeram ou fazem a não ser homenagear amigos e familiares. Com essa
oposição estadual de caráter familiar, entre amigos íntimos e gente interessada
na mercância, mudança nenhuma ocorrerá, porventura venha a ganhar, a
articulação para chegada ao poder, simplesmente por chegar, apenas repetiria um
círculo vicioso da política brasileira que tão bem a sabedoria popular já
sacramentou com a máxima: “trocam as coleiras, mas os cachorros são os mesmos”.
A oposição
reinante no Maranhão, por isso oposição de nada, não propõe nada de novo, as
velhas caras cansadas de chafurdarem no colo do senador Sarney são o maior
sintoma de que a luta pelo poder é o fim, é o único objetivo. Essa atuação
nesses moldes subverte a verdadeira ordem democrática, pois dificulta a
alternância de poder e exerce enganação impiedosa sobre gente desinformada e,
às vezes, bem intencionada. O Maranhão e os Estados da federação não precisam
de “mudanças” como a proposta pela oposição maranhense, parte dela ávida pelo
poder, por vaidade, outra parte pelo comércio e outra parte por ciúmes e
inveja, pelo simples fato de essas pseudomudanças nada significarem, e, antes,
causarem confusão e frustração na mente das pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente esta matéria!