
Dilma faz
pronunciamento de 1º de maio na TV Reprodução
BRASÍLIA -
Em meio a quedas sucessivas de popularidade e de pesquisas indicando a
possibilidade de segundo turno nas eleições de outubro, a presidente Dilma
Rousseff anunciou, nesta quarta-feira, em cadeia de rádio e televisão medidas
para agradar a todos os setores da sociedade, especialmente os 36 milhões de
beneficiários do Bolsa Família e a classe média. Dilma aumentou em 10% os
valores do Bolsa Família, corrigiu a tabela do Imposto de Renda e prometeu
manter o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Em comemoração ao Dia do
Trabalho, a presidente fez um discurso forte e de cunho eleitoral: disse que
está ao lado do povo e defendeu a Petrobras.
— Além da
ajuda do Congresso e do Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês,
trabalhador e trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E
temos um lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder
algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória — disse a presidente,
quando abordava a proposta de reforma política.
Dilma
afirmou ter assinado uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de
Renda, “para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho”. Segundo
ela, a medida “vai significar um importante ganho salarial indireto e mais
dinheiro no bolso do trabalhador”. Também anunciou que baixou um decreto
aumentando em 10% os valores do Bolsa Família, para garantir que os
beneficiários do Brasil Sem Miséria “continuem acima da linha da extrema
pobreza definida pela ONU”.
O ministro
da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Thomas Traumann,
informou que o reajuste da tabela do Imposto de Renda será de 4,5%. A medida
será publicada no “Diário Oficial” da próxima sexta-feira. A correção é a mesma
que vem sendo feita nos últimos quatro anos, e está abaixo da inflação apurada
no ano passado, que foi de 5,91% segundo o IPCA.
Salário
mínimo terá aumento acima da inflação
O salário
mínimo, disse a presidente, continuará sendo reajustado acima da inflação:
— Assumo o
compromisso de continuar a política de valorização do salário-mínimo, que
tantos benefícios vem trazendo para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. A
valorização do salário-mínimo tem sido um instrumento efetivo para a diminuição
da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda temos com os
nossos trabalhadores mais pobres. Algumas pessoas reclamam que o nosso
salário-mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um salário-mínimo
melhor não significa mais bem-estar para o trabalhador e sua família, dizem que
a valorização do salário-mínimo é um erro do governo e, por isso, defendem a
adoção de medidas duras, sempre contra os trabalhadores.
A presidente
disse que seu governo mantém o compromisso com “o combate incessante e
implacável à corrupção”. Segundo ela, o trabalho da Polícia Federal e da
Controladoria-Geral da União tem revelado novos casos, que causam “indignação e
revolta a todos, seja a sociedade, seja o governo”.
— Isso não
vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e
lutar para que todos os culpados sejam punidos com rigor. O que envergonha um
país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não
combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou
por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia
ou a conivência — disse.
Dilma
defendeu Petrobras e disse que não aceitará ‘campanha negativa’
A presidente
também abordou as denúncias envolvendo a Petrobras. Em um negócio polêmico, a
Petrobras pagou US$ 1,249 bilhão pela refinaria. Além desse valor, a empresa
desembolsou mais US$ 685 milhões em melhorias operacionais, manutenção, paradas
programadas e SMS (segurança, saúde e meio ambiente).
— É com essa
franqueza que quero falar da Petrobras. A Petrobras é a maior e mais
bem-sucedida empresa brasileira. É um símbolo de luta e afirmação do nosso
país. É um dos mais importantes patrimônios do nosso povo. Por isso a Petrobras
jamais vai se confundir com atos de corrupção ou ação indevida de qualquer
pessoa.
O que tiver de ser apurado deve e vai ser apurado com o máximo rigor,
mas não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem seu país, que se
utilize de problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa
maior empresa. Repito aqui o que disse há poucos dias em Pernambuco: não
transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos
de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não
vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não
hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu
com tanta luta, suor e lágrimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente esta matéria!