Maliki
confirma que Síria lançou ataque aéreo contra extremistas do Isis no Iraque
Iraquianos
que fugiram da violência de insurgentes esperam ajuda das forças de segurança
curdas durante a noite em um posto de controle na área de Khazer

BAGDÁ — O
primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, confirmou nesta quinta-feira
relatos de que as forças sírias realizaram ataques aéreos contra extremistas
dentro de seu território nesta semana, aprofundando os temores de que a
insurgência abrangendo a Síria e o Iraque poderia se tornar um conflito
regional ainda maior.
A confirmação do bombardeio ocorre no mesmo dia em que
jihadistas assumiram o controle de uma cidade situada a uma hora de Bagdá e que
abriga quatro campos de gás natural, em outro avanço dos insurgentes sunitas
que rapidamente se apoderaram de grandes áreas ao norte e a oeste da capital
iraquiana.
Maliki
informou que caças sírios bombardearam posições de milicianos em torno da
cidade fronteiriça de al-Qaim na terça-feira. Embora o Iraque não tenha pedido
o ataque sírio, o premier disse que qualquer investida contra os jihadistas é
bem-vinda. Ativistas da oposição síria relataram que o militantes perderam
bases no ataque e 30 civis foram mortos na operação. Outros relatos, no
entanto, indicam que as mortes passariam de 50.
O porta-voz
da Casa Branca Joshua Earnest disse que Washington “não tinha razão para
contestar” os relatos. As informações, no entanto, são confusas. A agência de
notícias estatal da Síria negou que Damasco tenha perpetrado os ataques.
Depois da
visita do secretário de Estado americano, John Kerry, foi a vez do chanceler
britânico, William Hague, viajar a Bagdá nesta quinta-feira num forte apelo aos
políticos iraquianos para se unirem contra a ameaça de insurgentes sunitas.
Na mesma
linha do chefe da diplomacia americana, Hague exortou o Iraque a formar um
governo inclusivo e conter a ofensiva relâmpago de militantes do Estado
Islâmico no Iraque e na Síria (Isis), grupo dissidente da al-Qaeda. Em
comunicado, o chanceler britânico disse que a ocupação de importantes áreas do
Iraque por radicais representa uma “ameaça mortal” para o país e outras
regiões.
O Reino
Unido descartou intervenção militar, mas Hague disse que iria fornecer apoio
“diplomático, contraterrorismo e humanitário” ao país.
Militantes
do Isis e seus aliados sunitas tomaram grande parte do Iraque neste mês,
incluindo a segunda maior cidade do país, Mossul. Nesta quinta-feira, centenas
de pessoas que fogem da violência dos insurgentes lotaram um posto de controle
na fronteira com o território iraquiano curdo, tentando se juntar aos muitos
deslocados que buscaram refúgio na região, que conta com certa autonomia em
relação a Bagdá.
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