quinta-feira, 26 de junho de 2014

Bombardeio aprofunda temores de que conflito se torne regional, e rebeldes tomam cidade que abriga campos de gás natural

Maliki confirma que Síria lançou ataque aéreo contra extremistas do Isis no Iraque

Iraquianos que fugiram da violência de insurgentes esperam ajuda das forças de segurança curdas durante a noite em um posto de controle na área de Khazer

 
Iraquianos que fugiram da violência de insurgentes esperam ajuda das forças de segurança curdas durante a noite em um posto de controle na área de Khazer
Foto: Hussein Malla / AP
BAGDÁ — O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, confirmou nesta quinta-feira relatos de que as forças sírias realizaram ataques aéreos contra extremistas dentro de seu território nesta semana, aprofundando os temores de que a insurgência abrangendo a Síria e o Iraque poderia se tornar um conflito regional ainda maior.

 A confirmação do bombardeio ocorre no mesmo dia em que jihadistas assumiram o controle de uma cidade situada a uma hora de Bagdá e que abriga quatro campos de gás natural, em outro avanço dos insurgentes sunitas que rapidamente se apoderaram de grandes áreas ao norte e a oeste da capital iraquiana.

Maliki informou que caças sírios bombardearam posições de milicianos em torno da cidade fronteiriça de al-Qaim na terça-feira. Embora o Iraque não tenha pedido o ataque sírio, o premier disse que qualquer investida contra os jihadistas é bem-vinda. Ativistas da oposição síria relataram que o militantes perderam bases no ataque e 30 civis foram mortos na operação. Outros relatos, no entanto, indicam que as mortes passariam de 50.
O porta-voz da Casa Branca Joshua Earnest disse que Washington “não tinha razão para contestar” os relatos. As informações, no entanto, são confusas. A agência de notícias estatal da Síria negou que Damasco tenha perpetrado os ataques.
Depois da visita do secretário de Estado americano, John Kerry, foi a vez do chanceler britânico, William Hague, viajar a Bagdá nesta quinta-feira num forte apelo aos políticos iraquianos para se unirem contra a ameaça de insurgentes sunitas.

Na mesma linha do chefe da diplomacia americana, Hague exortou o Iraque a formar um governo inclusivo e conter a ofensiva relâmpago de militantes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis), grupo dissidente da al-Qaeda. Em comunicado, o chanceler britânico disse que a ocupação de importantes áreas do Iraque por radicais representa uma “ameaça mortal” para o país e outras regiões.
O Reino Unido descartou intervenção militar, mas Hague disse que iria fornecer apoio “diplomático, contraterrorismo e humanitário” ao país.

Militantes do Isis e seus aliados sunitas tomaram grande parte do Iraque neste mês, incluindo a segunda maior cidade do país, Mossul. Nesta quinta-feira, centenas de pessoas que fogem da violência dos insurgentes lotaram um posto de controle na fronteira com o território iraquiano curdo, tentando se juntar aos muitos deslocados que buscaram refúgio na região, que conta com certa autonomia em relação a Bagdá.


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