TSE fez
mudança, Congresso derrubou, e Corte eleitoral manteve alteração.
Plenário julgará três ações de assembleias e governador contra mudança.
Plenário julgará três ações de assembleias e governador contra mudança.

O plenário
do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá nesta quarta-feira (11) se valida ou
não resolução do Tribunal
Superior Eleitoral(TSE) que altera a quantidade de deputados federais em 13
estados.
Na sessão da
tarde desta quarta, o Supremo analisará três
ações apresentadas pelas assembleias legislativas de Pernambuco e
Piauí e pelo governo do Espírito Santo. Os três estados perderam parlamentares
em razão das mudanças promovidas pela Corte eleitoral.
Caso decida
pela validade da mudança, o tribunal terá de definir se a alteração vale para a
eleição de outubro deste ano.
Em abril do
ano passado, o TSE mudou
o tamanho das bancadas com base em dados do Censo de 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cinco ações foram protocoladas
por governos e assembleias de estados que perderam parlamentares logo após a
decisão.
Alguns meses
depois, o Congresso aprovou projeto de decreto legislativo que anulava a
decisão anterior do tribunal. No fim de maio, porém, os ministros do TSE
decidiram, por unanimidade, ratificar
a resolução de 2013.
Contrariados,
Câmara e Senado protocolaram no Supremo duas ações para tentar derrubar o
entendimento da Justiça Eleitoral. Não são essas ações que serão analisadas
pelo plenário.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que cabe ao TSE definir
o número de deputados por unidade da federação. Ele rebateu o argumento das
ações de que não é papel da Justiça decidir sobre as bancadas, mas, sim, ao
Congresso. Segundo ele, uma lei complementar de 1993, aprovada pelos
parlamentares, delegou essa competência ao TSE.
"Se a
interpretação correta fosse a de que a distribuição das vagas caberia ao
Congresso, ele já o teria feito na própria lei complementar 78/1993. [...] Como
é intuitivo, atribuir aos representantes a discussão a respeito da distribuição
das próprias vagas poderia conduzir a polêmicas insolúveis ou a arbitrariedades
das bancadas majoritárias, em detrimento das minoritárias", defende Janot.
Já o
advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, se manifestou favoravelmente ao
Congresso. Ele disse que é "pessoalmente" contrário à lei
complementar que delegou ao TSE a prerrogativa de alterar as bancadas de
deputados federais. "Acho importante que o Congresso exerça sua função
constitucional integralmente. Sendo competência do Congresso essa fixação,
pessoalmente não acho adequada essa delegação", disse.
Adams
afirmou ter percebido que alguns ministros do Supremo tendem a votar pela
derrubada da resolução do TSE, com base no entendimento de que a lei
complementar se "excedeu" ao autorizar a Corte a fixar a quantidade
de deputados federais.
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