A História de Nelson Mandela
Nelson
Mandela nasceu a 18 de Julho de 1918.
Mandela foi,
durante muitos anos, ex-líder político a favor dos rebeldes e é hoje
ex-presidente da África do Sul, exercendo essa função de 1994 a 1999. Este é
graduado em Direito, fazendo do mesmo um Advogado por natureza.
Foi o
principal representante sobre o movimento que lutava contra a regra política
imposta pelo governo na África do Sul que separava a raça branca da raça negra,
mais conhecido como o Apartheid, foi um activista, sabotador, antes e durante a
sua prisão e foi ainda um guerreiro nativo perante a sua nação, defendendo os
seus ideais e do seu país.
Apesar de
este ser um nacionalista que apenas lutava pela liberdade, não só do povo
Sul-Africano mas também de quem lá habitava, era ainda assim para muitos
considerado um terrorista de alto nível, principalmente para o governo que
comandava na altura.
Durante
bastantes e árduos anos, Mandela não baixou a cabeça perante o que vinha a
estabelecer para o país durante tantos anos. Valendo-lhe estas batalhas, um
prémio Nobel da Paz em 1993.
Nelson viveu
basicamente toda a sua infância numa região chamada Thembu, antes de ter
escolhido seguir a carreira de Direito. Em 1990 foi ainda atribuído o Prémio
Lênin da Paz, que foi recebido anos depois, em 2002.
Este é ainda
conhecido pelo seu país como “Madiba”, titulado assim pelos membros do clã
Mandela.
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Nelson
Mandela proveniente da etnia Xhosa, nasceu num pequeno vilarejo de Qunu,
distrito de Umtata, na região de Transkei. Logo aos seus sete anos de idade
Nelson torna-se o primeiro membro de toda a sua família a frequentar uma
escola, onde lhe foi o nome inglês Nelson. Logo após a sua entrada para a
escola, pouco tempo depois, o seu pai morre e Nelson Mandela foi para uma
escola próxima do palácio do Regente. Seguindo sempre as tradições Xhosa,
Nelson foi inserido na sociedade aos 16 anos de idade, ido assim para o
Instituto Clarkebury, onde estudou a Cultura Ocidental.
No ano de
1934, Mandela muda-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a
maior parte da realeza Thembu, e foi ali que ganhou interesse no boxe e nas
corridas. Após fazer a sua matrícula, começou o curso para se formar em Direito
na Universidade de Fort Hare, onde conheceu os seus compatriotas Oliver Tambo e
iniciou uma longa amizade.
No final do
seu primeiro ano, Nelson envolve-se no movimento de estudantes, num boicote
contra as políticas universitárias, tendo acabado por ser expulso da
universidade. Após a sua expulsão da faculdade Nelson foi para Johanesburgo,
onde terminara a sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA), por
intermédio de correspondência. Continuo assim os estudos de Direito na
Universidade de Witwatersand.
Sendo Nelson
um jovem estudante de Direito, este veio a envolver-se na oposição do regime de
Apartheid, que por sua vez negava à raça negra, que era a população
maioritária, a mestiços e Indianos os seus direitos políticos, sociais e
económicos. Juntou-se ainda ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos
depois junta-se com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros amigos que veio
a formar durante a sua formação e forma a Liga Jovem do CNA.
Nelson
Mandela casou por 3 vezes. A sua primeira esposa foi Evelyn Ntoko Mase, a qual
veio a divorciar-se em 1957 após 13 anos de casados. Pouco depois casou-se com
Winnie Madikizela, e ficaram casados por 38 anos, divorciando-se assim em 1996,
com as divergências políticas entre o casal virem a público. Com 80 anos e no
seu aniversário, Nelson Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora
Machel, antigo presidente Moçambicano.
Winnie
Madikizela foi a esposa que acompanhou todo o processo de prisão de Nelson
Mandela, estando ela casada antes, durante e após a sua prisão. Sendo que dos
38 anos de casados, 27 foram passados à distância praticamente sem se verem.
Nelson Mandela Durante a sua Prisão
Mandela foi
preso em Agosto de 1962 e recebeu como sentença 5 anos de prisão, sendo esta
detenção feita por Mandela viajar ilegalmente até ao exterior e incentivar o
povo a aderir a greves.
Em 1967,
Nelson Mandela volta a ser sentenciado novamente, mas desta vez a sentença
atribuída foi de prisão perpétua. Importante referir que este escapara a uma
pena de enforcamento por planear acções armadas,
sabotagem e conspirações para ajudar outros países a invadir a África do Sul,
apesar de ter sido negado por Nelson Mandela.
Nesta
altura, 20 milhões indivíduos de raça negra eram totalmente dominados por
apenas 4 milhões de indivíduos de raça branca durante o brutal e criminoso
regime de Apartheid.
Ainda nesta
altura, os indivíduos de raça negra não possuíam qualquer direito de votação,
direito a propriedades transacções, casas, nem educação. Não podendo assim
qualquer individuo possuir uma moradia, um terreno, ou outras propriedades como
um carro ou uma mota. Sendo praticamente impossível um jovem descendente de
raça negra poder ingressar à faculdade. Para isto acontecer, teriam de
acontecer grandes feitos por parte da família.
Determinado
a manter o poder, o governo elimina a existência de muitos partidos políticos
liderados por negros, enviando os mesmos para a prisão com penas de prisão
perpétua. Estas penas eram cumpridas na famosa e conhecida Ilha de Robben.
Esta ilha
era uma prisão, de alta segurança e isolada do povo para que ninguém soubesse o
que se passava nestas instalações. Nesta mesma altura, mesmo na prisão nunca eram
misturados indivíduos de raça negra com indivíduos de raça branca. Cada raça
era posta em prisões diferentes.
Guardas
prisionais ou polícias que seguiam este tipo de profissão, caso fossem
escolhidos para ir trabalhar para a Ilha de Robben, eram-lhes dadas casa e
salário para poderem habitar e viver na própria ilha onde trabalhavam. Nesta
altura a mulher não exercia qualquer tipo de função, sendo que eram
praticamente todas donas de casa, fazendo assim o salário que o marido ganhava
como guarda prisional o único salário em casa.
Mandela não
mantinha qualquer contacto com o povo enquanto esteve preso na Ilha de Robben.
Pois nesta prisão era expressamente proibido aos reclusos falarem de política,
do país ou da sua situação, ou de assuntos que fossem ligados a comunismo e ao
governo, com as suas visitas. Sendo que estas visitas eram acompanhadas pelos
guardas prisionais, caso estas regras fossem quebradas, a visita teria fim
imediato.
Mandela era
visto como o maior criminoso existente no país. Estando ligado ao ANC
(Congresso Nacional Africano), que lutava para estabelecer a paz e liberdade no
país, independentemente de quem lá habitasse, e que era a favor do nacionalismo
e do bem para com a pátria. Esta regra seria então praticada para todas as
raças.
Nelson
Mandela tinha muitas dificuldades em saber como estava o povo e o que se
passava no seu país, tendo em conta o controlo das visitas e das cartas, que
por suas vez também eram inspeccionadas antes de entregar aos reclusos seguindo
as mesmas regras que eram aplicadas nas visitas, estas cartas eram enviadas,
uma de 6 em 6 meses, com o máximo de 500 palavras por carta e as visitas tinham
o mesmo método, uma visita de 6 em 6 meses, podendo falar num prazo máximo de
30 minutos, caso não fossem infringidas as regras impostas para as visitas.
Na África do
Sul eram, antigamente e nos dias de hoje, faladas duas línguas. O Xhosa e o
Inglês. Tendo em conta esta situação, dentro da prisão, eram necessários
guardas que soubessem falar a língua do Sul-Africanos. Contudo, era quase
impossível encontrar um guarda prisional de raça branca que soubesse ambos os
dialectos. Quando encontraram um, destacaram-no como guarda prisional privado
de Nelson Mandela, este estava encarregue de transmitir ao Governo tudo o que
Mandela falava que não fosse em inglês. Importante referir que isto custou-lhe
a vida de um filho, que estima-se ter sido assassinado pelo Governo derivado às
informações reveladas por este guarda.
O filho de
Nelson morreu num acidente de viação ao cair de uma ponte. Contudo, nunca
ninguém descobriu se foi realmente acidente, se foi planeado pelo Governo este
tipo de acção. Tendo em conta que o governo estava em guerra com o próprio
Nelson Mandela, fazendo de tudo para que este ordenasse ao povo para parar de
lutar.
Enquanto
prisioneiro, Nelson Mandela pediu, através da sua mulher, para o seu pessoal
aliado aumentasse a luta armada para que o país se tornasse ingovernável. Pois
enquanto o país era governado pelos descendentes brancos, os de raça negra mal
podiam andar na rua descansados sendo estes abordados em qualquer lugar, na
rua, na loja, em casa, etc. Quando abordados, eram pedidos os seus passaportes,
caso não tivessem consigo tal documento seriam torturados à vista de todos. O
que acabava por instalar o caos na cidade.
Estes
guardas não faziam escolha de adultos e crianças, eram torturados
independentemente da sua idade. Havendo até, cenários de bebés envolvidos
nestas torturas, deixando-os cair ao chão como se fossem pessoas mais velhas.
Ideais de Nelson Mandela
Nelson
Mandela apresentava-se como opositor referente ao regime aplicado pelo estado,
Apartheid, que era como uma linha imaginária entre a raça negra e a raça
branca. Estes não podiam ser misturados nem partilhar ideias sobre política,
socialismo, economia e até direitos. Fez-se assim aliado do Congresso Nacional
Africano, conhecido na altura como o ANC. Tendo fundado uma instituição chamada
NCA/ANC com o seu amigo Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, esta era
uma organização mais jovem e dinâmica para lutar contra este regime e declarar
paz e liberdade para todos os povos.
Anos depois,
após a sua eleição para o Partido Nacional Africânder, no qual exercia a função
de promotor da política da segregação racial, Mandela adere ao Congresso do
Povo, sendo percursor do ANC, divulga assim a Carta da Liberdade, documento que
continha informações secretas para com o povo. Esta exigia liberdade para todos
os que habitassem a África do Sul, fossem de raça negra ou branca, exigia que
as riquezas do país fossem distribuídas pelo povo, que a escolaridade a nível
de faculdade fosse obrigatória para os mais novos, mantendo a mentalidade que
só assim os jovens seriam alguém na vida, exigindo paz entre os povos entre
outras exigências.
Mandela e os
seus compatriotas decidiram recorrer à luta armada após o sangrento e violento
massacre imposto pela parte dos brancos, sendo conhecido como o Massacre de
Sharpeville, ocorrido em 21 de Março de 1960, quando a polícia sul-africana
atirou contra os manifestantes negros, estando estes desarmados. Foram mortas
69 pessoas e 180 foram feridas gravemente.
Após um ano,
a seguir ao massacre, Nelson torna-se comandante do braço armado do ANC, o
conhecido Umkhonto we Sizwe, que significa “Lança da Nação”, fundado por esse e
por outros membros.
Mandela
coordenou assim uma campanha de sabotagem contra alvos militares do governo,
fazendo ainda planos para uma possível guerra caso a sabotagem falhasse em
acabar com o regime de Apartheid. Viajou ainda com para o exterior na tentativa
de angariar fundos para o MK, criando assim condições para treinos e actuação
paramilitar do grupo por si criado.
Nelson Mandela Após a Sua Prisão
Nelson
Mandela foi libertado, após várias transferências entre as diversa prisões que
existiam na África do Sul. Sendo que todas as prisões em que passou eram
consideradas de alta segurança. Quanto ao dia da sua libertação, Mandela foi
escoltado até à saída da sua última prisão, que era mais confortável e com as
condições iguais as de uma casa de habitação, apenas sem família e mulheres,
apenas reclusos. Foi assim escoltado pelos seus guardas prisionais
particulares, que tinham sido atribuídos para este tipo de trabalho, até à
saída. Onde saiu de cabeça erguida e em paz, como se nunca se imaginasse que
tivesse prendido por praticamente 3 décadas da sua vida.
Sorrindo e
caminhando em direcção ao povo que o aguardava no exterior da prisão, foi assim
que Nelson Mandela saiu. Aplaudido e bem recebido por todos os membros
presentes nesse dia. Certamente um dia marcante para o povo e para as noticias
a nível mundial.
Sendo
importante referir que Mandela rejeitou variadas vezes a sua libertação em
regime de liberdade condicional derivado aos pedidos que lhe eram feitos para
que ordenasse ao povo e aos seus aliados para terminarem com a luta contra os
seus direitos e os direitos do país. A última vez que rejeitou esta proposta
foi em Fevereiro de 1985, tendo Mandela continuado preso até Fevereiro 1990,
quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que este fosse
libertado em 11 de Fevereiro, por ordem do novo Presidente Frederik Willem de
Klerk. Tendo ainda retirado o ANC da lista de ilegalidades.
Nelson
recebe o prémio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos em 1989. Em 1993,
juntamente com Klerk, recebe o prémio Nobel da Paz, pelos esforços
desenvolvidos no sentido de encerrar a guerra entre os povos e a discriminação
racial na África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais
do país. Mandela cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também
de representantes de linhas políticas.
]Curiosidades Sobre Nelson Mandela
Em 1994
Nelson Mandela tornou-se o primeiro Presidente de raça negra da África do sul,
quatro anos após a sua libertação. Onde governou o seu país até 1999, sendo o
maior responsável pelo fim do regime de racismo existente na África do Sul e
ainda pela reconciliação dos grupos internos.
Chegando ao
fim do seu mandato de presidente, Nelson Mandela afastou-se da política
dedicando-se a causas de variadas organizações sociais em prol dos direitos
humanos. Onde, até à data, recebeu diversas homenagens e congratulações
internacionais pelo reconhecimento da sua vida e da luta pelos direitos
sociais.
Desde o ano
de 2010, começou a ser celebrado a 18 de Julho de cada ano, o dia Internacional
de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembleia Geral da ONU e corresponde
ao dia do seu nascimento.
No decorrer
da sua prisão, os 27 anos que Nelson Mandela ficou preso, tornou-se de tal
forma associado à oposição do Apartheid que o povo clamava a frase “Libertem
Nelson Mandela”, o que acabou por se tonar o lema das campanhas antiapartheid
em vários países do mundo.
Nelson
Mandela quando foi libertado tinha nada mais, nada menos do que 72 anos de
idade. Mandela passou quase 3 décadas da sua vida na prisão como esforço para
com o seu país.
Mandela fez
alguns pronunciamentos, em 2003, atacando assim a política extrema do
presidente norte-americano George Bush. Ao mesmo tempo, Nelson anuncia o seu
apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS, na qual deu o nome de
“46664”, número de presidiário enquanto o seu mandato na prisão.
Em Junho de
2004, aos 85 anos de idade, Nelson Mandela anunciou a sua retirada referente à
vida pública. Fez apenas uma excepção, no entanto, pelo seu compromisso em
lutar contra a AIDS.
O
ex-presidente Sul-Africano comemorou o seu 90º aniversário em Londres em
2008, onde estiveram presentes diversas estrelas, celebridades e artistas que
estiveram presentes na altura da guerra pelos direitos na África do Sul, ou que
acompanharam o sucedido.
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