Número de
mortos sobe para 200; forças israelenses bombardeiam casas de líderes do Hamas

GAZA — O
Exército de Israel alertou 100 mil moradores do Norte da Faixa de Gaza a
abandonarem suas casas, no nono dia de uma ofensiva que já deixou 208
palestinos mortos e 1.100 feridos. Na manhã desta quarta-feira, o sistema de
defesa antimísseis de Israel interceptou quatro foguetes sobre a área de Tel
Aviv lançados a partir de Gaza, depois que militares israelenses bombardearam
casas de vários líderes políticos do grupo militante islâmico Hamas.
A
recomendação do Exército afeta residentes de Zeitun, Shujaiya e Beit Lahiya.
Eles receberam ligações telefônicas, mensagens SMS e panfletos, segundo um
comunicado, que destaca que o Exército não quer trazer danos à população.
“Apesar do cessar-fogo, o Hamas e outras
organizações terroristas continuaram lançando foguetes, muitos deles
procedentes destas três zonas”, afirmam as mensagens do Exército. “Para sua
própria segurança, solicitamos que abandonem suas residências
imediatamente
antes das 8h (2h da manhã de Brasília)”, dizem os panfletos distribuídos em
Zeitun, ao sudeste da Cidade de Gaza.
O Ministério
do Interior do Hamas, no entanto, pediu aos moradores que vivem perto da
fronteira que não deixem suas casas, argumentando que as mensagens transmitidas
por Israel "são destinadas a semear o caos e a confusão entre o
público".
Durante a
noite, militares israelenses disseram ter atingido 39 alvos em Gaza.
Testemunhas relataram que uma nova sede de cinco andares do Ministério do
Interior foi reduzida a escombros e que os ataques também atingiram as casas de
Mahmoud al-Zahar, um líder do Hamas; Fathi Hamad, ex-ministro do Interior do
grupo; Ismail al-Ashqar, um membro do extinto Parlamento; e Bassem Naim, um
assessor do ex-primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniya.

ATAQUES
ENTRE ISRAEL E GAZA SOMAM MAIS DE TRÊS MIL
Desde que a
operação militar israelense "Limite Protetor" começou há nove dias,
Israel lançou mais de 1.825 ataques aéreos na Faixa de Gaza, de acordo com o
jornal "Haaretz". Segundo informações das Nações Unidas, 79 escolas e
23 centros de saúde palestinos sofreram danos.
Uma
plataforma de lançamento de foguetes foi bombardeada a 300 metros do hospital
Wafa, que foi danificado por estilhaços. Um aviso prévio foi dado antes do
ataque nesta quarta-feira.
Enquanto
isso, o Hamas e a Jihad Islâmica dispararam mais de 1.215 foguetes e morteiros
contra Israel, matando um civil e fazendo com que milhares de pessoas se
escondessem em abrigos antibomba.
Desses
projéteis, 38 explodiram em espaços construídos e 231 foram interceptados pelo
sistema de defesa antimíssil Domo de Ferro, de acordo com o diário israelense.
Os serviços
de segurança israelenses informaram que três "terroristas" foram
mortos em um ataque na cidade palestina de Khan Younis. Os palestinos, no
entanto, disseram que eram civis.
Ainda nesta
quarta-feira, o governo da França apresentou uma proposta de ajuda de fronteira
nos pontos de passagem entre Gaza e Israel, anunciou o chefe da diplomacia
francesa, Laurent Fabius.
A rejeição
de uma proposta egípcia de cessar-fogo por parte do Hamas obrigou Israel a
“expandir e intensificar” suas operações militares em Gaza, declarou na
terça-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
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