O risco de
ter o cartão clonado na internet é maior do que em lojas físicas. Tanto que
casos suspeitos atingiram em torno de 3,6% das operações de compras virtuais no
ano passado, de acordo com um levantamento da ClearSale, especializada em
detectar fraudes.
“A fraude
exige menos tecnologia, pois não é preciso copiar o cartão físico. Basta obter
as informações básicas para cloná-lo”, explica na o coordenador de inteligência
estatística da empresa, Omar Jarouche.
Os cuidados
para proteger-se no ambiente virtual também são diferentes das compras
presenciais. Recomenda-se evitar que o vendedor leve o cartão para longe da
presença do consumidor, por exemplo. Mas, pela internet, os detalhes são mais
complexos e nem é preciso ter a senha do cartão para efetuar compras ilícitas.
Para o
especialista em direito digital do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados,
Leandro Bissoli, o usuário dificilmente percebe o risco que corre no meio
virtual. “Geralmente ele só vai identificar o dano quando chegar a fatura do
cartão”.
Quando isso
acontecer, o consumidor precisa imediatamente entrar em contato com a emissora
do cartão e comunicar que não reconhece os gastos na fatura. Também é
recomendável registrar um boletim de ocorrência, segundo o advogado.
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da falsificação dá 6 dicas para evitar fraudes bancárias
“O banco é
obrigado por lei a ressarcir o consumidor quando comprovada a fraude”, explica
Bissoli. O maior prejudicado nestes casos, contudo, é o lojista “Se a loja
permitiu a compra com um cartão roubado e entregou o produto, é ela que arcará
com o prejuízo da operação”, completa.
Três
especialistas consultados pelo iG apontaram as principais erros que o
internauta comete, sem perceber, que aumentam potencialmente as chances de ter
seu cartão clonado no ambiente virtual. Confira abaixo e previna-se:
1. Digitar a
senha do cartão de crédito – Não importa se você está em um site confiável
ou fazendo compras em uma loja conhecida ou recomendada por amigos. “Os sites
nunca pedem a senha do cartão para efetivar uma compra”, lembra Aline Rebelo,
coordenadora do Investmania. No comércio eletrônico, os sites costumam pedir o
número do cartão, a data de expiração e o código de segurança. A senha só é
solicitada nos caixas de lojas físicas.
2. Acessar o
internet banking em outros aparelhos – Se vocês está em um computador
público ou em uma lan house, o risco de tornar-se vítima de um golpe é
potencializado. O mesmo vale para conexões de wifi (internet sem fio) abertas,
que permitem que invvasores acompanhem toda sua navegação, alerta o advogado
Bissoli. “É preciso verificar se o anti-vírus do aparelho está atualizado,
assim como a segurança do sistema operacional”, recomenda.
3. Ignorar
os produtos mais visados por fraudadores – Segundo Omar, da ClearSale, as
compras mais atacadas por golpistas que clonam cartões são as de itens com
grande liquidez. Isto é, produtos fáceis de serem revendidos. O especialista
cita o exemplo de uma geladeira e um notebook, que embora tenham preços
semelhantes, a preferência é pelo último, devido à facilidade de passar o
produto à frente.
4. Deixar de
verificar o cadeado de segurança – Ao fazer uma compra em qualquer site, o
consumidor deve atentar para o pequeno cadeado que aparece no canto da tela. É
ele que garante ao internauta a navegação por um ambiente seguro, de acordo com
Bissoli. “O cadeado assegura que a conexão com o servidor é segura e que
ninguém pode ter acesso a estas informações no seu computador", explica o
especialista em direito digital.
5.
Desconhecer a credibilidade do site – Se a loja virtual for pequena ou
desconhecida, o cuidado é redobrado. “É preciso verificar se a empresa possui
endereço comercial, telefone e CNPJ, para ter certeza de que não se trata de um
endereço fantasma”, afirma Aline, da Investmania. Outra recomendação é
consultar listas do Procon e sites de reclamações e redes sociais para
verificar a autenticidade do site.
6. Não
informar o banco quando viajar para outro país – Uma forma de se
resguardar de bloqueios devido ao uso do cartão em viagens internacionais é
avisar o banco ou administradora do cartão toda vez que o consumidor sair para
o exterior, recomenda Jarouche, da ClearSale. “Em alguns bancos é possível
fazer isso até pelo internet banking”.
7. Esquecer
de conferir a fatura do cartão – Consumidores que nunca verificam o
extrato de seu cartão podem levar um susto na chegada da fatura, alerta
Jarouche, da Clearssale. As operadoras dos cartões costumam disponibilizar as
faturas na internet, em tempo real, e algumas avisam o cliente por SMS quando
uma compra foi efetivada. “Há diversas ferramentas disponíveis que servem de
alerta”, explica o advogado Bissoli.
8. Perder o
registro de compra pela internet – Guardar o email recebido da loja com a
comprovação da compra, ou até imprimir o comprovante, são ações que contam a
favor do consumidor em caso de fraude em operações virtuais, observa a
coordenadora da Investmania. “É recomendável manter essas informações até o
recebimento do produto”.
9. Digitar
dados sigilosos do cartão por email – “Nenhum banco é autorizado a
solicitar dados pessoais e intransferíveis do cliente, como senha, por email”,
lembra Aline. As lojas virtuais pedem o mínimo possível de dados pessoais nas
compras. São eles o número do cartão, nome do titular e código de segurança
(quatro dígitos que aparecem no canto do cartão).
10. Confiar
cegamente na URL que aparece no site – Uma das formas de enganar o
consumidor para roubar seus dados é utilizar uma URL (endereço de um site)
maquiada, como explica Bissoli. “Os fraudadoes podem utilizar técnicas para
iludir o internauta, sobrepondo páginas no navegando e dando a impressão de que
se está em um site de cima, quando se está no de baixo”.
11. Comprar
sem cuidado em lojas pequenas ou desconhecidas – Se a compra for feita em
ambientes desconhecidos da internet, o alerta é para fazer uma pesquisa se há
reclamações em sites como o Reclame Aqui ou Procons. No momento da transação
com o cartão, observa Bissoli, é importante observar para onde o site direciona
a operação. Caso seja uma página da operadora do cartão – recurso comum em
sites pequenos – ou das bandeiras como Visa e Mastercard, é sinal de que o
consumidor pode comprar com tranquilidade.
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