Ministro
Teori Zavascki suspendeu ações penais e mandados de prisão.
Juiz soltou ex-diretor da Petrobras e perguntou se isso vale para outros 11.
Juiz soltou ex-diretor da Petrobras e perguntou se isso vale para outros 11.

O juiz
Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, afirmou nesta
segunda-feira (19) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki
que há risco de fuga para o exterior se presos da Operação Lava Jato forem
libertados.
A informação
consta em documento no qual o magistrado do Paraná pergunta para o ministro se
a ordem de soltura vale para os outros 11 detentos da operação.
Zavascki determinou
a soltura de presos da Lava Jato e a remessa ao Supremo dos processos
relacionados ao tema, em razão do envolvimento de deputados federais, que têm
foro privilegiado e só podem ser investigados no âmbito do STF.
Ao decidir
pela libertação dos presos, o ministro do Supremo analisou uma reclamação
apresentada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, na qual Costa
afirmou que o magistrado do Paraná não tinha competência para decretar a prisão
dele.
Na semana
passada, o juiz Sérgio Moro havia
enviado informações ao STF nas quais relacionou oito ações penais
envolvendo Paulo Roberto Costa. Na decisão, Zavascki estipula "a suspensão
de todos os inquéritos e ações penais relacionados pela autoridade reclamada
[juiz do Paraná], assim como os mandados de prisão neles expedidos, contra o
reclamante inclusive, disso resultando sua imediata colocação em liberdade, se
por outro motivo não estiverem presos".
No ofício no
qual pede informações, o juiz esclarece que mandou soltar Paulo Roberto Costa
e, sobre os demais, disse que há dúvidas "já que não foram nominados os
acusados que devem ser soltos e os processos que devem ser remetidos ao Supremo
Tribunal Federal".
Moro diz que
há outros processos que não foram informados ao Supremo na semana passada.
Segundo o juiz, há ação penal que envolve o tráfico de 698 quilos de cocaína e
que um dos presos foi detido na Espanha. "Há indícios de que compõe grupo
organizado transnacional com diversas conexões no exterior e dedicado profissionalmente
ao tráfico de drogas."
Há indícios
de que compõe grupo organizado transnacional com diversas conexões no exterior
e dedicado profissionalmente ao tráfico de drogas."
Juiz Sérgio
Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, sobre um dos presos
Sérgio Moro
cita ainda três ações penais sobre crimes financeiros e que não envolvem
parlamentares com foro privilegiado e diz que há risco de se colocar os
doleiros Nelma Kodama e Alberto Youssef em liberdade.
"Assim,
muito respeitosamente, indago à vossa excelência o alcance da decisão referida,
se estas três ações penais também devem ser remetidas ao Supremo Tribunal
Federal e se devem ser colocados soltos os acusados neste feito, entre eles
Carlos Chater, Nelma Kodama e Alberto Youssef. Informo por oportuno que há
indícios, principalmente dos dois últimos, que eles mantêm contas no exterior
com valores milionários, facilitando eventual fuga ao exterior e com a
possibilidade de manterem posse de eventual produto do crime."
Moro
destacou que, às vésperas da deflagração da Lava Jato, Nelma Kodama foi presa
no aeroporto de Guarulhos tentando fugir.
Segundo a
Justiça Federal, além de Paulo Roberto Costa, há mais dez presos no Brasil e um
no exterior. Além disso, há um acusado foragido.
O magistrado
diz que o esclarecimento do alcance da decisão é necessário "a fim de
evitar que os processos, a ordem pública e a aplicação da lei penal sejam
expostas a riscos por mera interpretação eventualmente equivocada".
"Desde
logo, peço escusas pela solicitação de esclarecimentos acerca do alcance da
decisão, tendo, não obstante, parecido a este Juízo que tratava-se da postura
prudente de minha parte. Evidentemente, caso esclarecido que todos os processos
devem ser remetidos e que todos devem ser soltos, a decisão será imediatamente
cumprida", afirma Moro.
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