Secretário-geral
Ban Ki-moon foi ao Vaticano para reunião.
Francisco reiterou oposição radical da Igreja ao aborto.
Francisco reiterou oposição radical da Igreja ao aborto.
O Papa
Francisco reiterou nesta sexta-feira (9) ante as autoridades das Nações Unidas
a oposição radical da Igreja ao aborto, por considerar "inviolável a vida
desde a concepção até seu fim natural", destacando uma antiga divergência.
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, declarou que "conta com a Igreja
Católica, em sua liderança e direção espiritual, para continuar a trabalhar em
estreita colaboração com as Nações Unidas para promover uma vida digna para
todos".

"Nós
apreciamos profundamente seu compromisso pessoal para erradicar a pobreza e
promover o desenvolvimento sustentável", afirmou a Jorge Bergoglio, antes
de convidá-lo "na primeira oportunidade possível" a Nova York para
"expor sua visão" de mundo na tribuna das Nações Unidas.
Ban Ki-Moon,
um sul-coreano, pediu-lhe, durante a sua visita em agosto a seu país, para
"enviar uma mensagem de cura e reconciliação aos povos da península
coreana" dividida.
O Papa
argentino, apesar de elogiar o seu trabalho, apelou às agências da ONU que não
aceitem "a exclusão econômica, a cultura do desperdício e da morte, que,
infelizmente, poderia tornar-se uma mentalidade passivamente aceita".
"As
metas futuras de desenvolvimento sustentável devem abordar as causas
estruturais da pobreza e da fome, para buscar resultados substanciais para a
proteção do meio ambiente, garantir um trabalho decente para todos e uma
proteção adequada para a família".
Para
Francisco, "a vida é inviolável desde a concepção até a morte
natural": uma clara condenação ao aborto e à eutanásia.
O assunto é
polêmico. Esta semana, a Santa Sé foi fortemente criticada por especialistas do
Comitê das Nações Unidas contra a Tortura, não só apenas sobre a pedofilia, mas
também por sua oposição ao aborto.
Os especialistas
têm comparado à tortura a atitude da Igreja que desencoraja as mulheres pobres,
mesmo exploradas e violentadas, de abortar. O chefe da delegação da Santa Sé, o
arcebispo Silvano Tomasi, respondeu que o aborto também é uma forma de tortura.
A Santa Sé,
disse ele, condena "todas as formas de tortura, incluindo aqueles que são
torturados e mortos antes mesmo de nascer".
Especialmente
desde as Conferências do Cairo sobre a População (1994) e de Pequim sobre a
Mulher (1995), a ONU e
a Igreja se opõem sobre a questão da contracepção, o aborto, os preservativos e
os direitos das mulheres.
O confronto
tem outros reflexos. Nem todos os religiosos/os católicos seguem os preceitos
da Igreja sobre o preservativo e a pílula, por exemplo.
As agências
da ONU acusam o Vaticano de
promover a natalidade excessiva em sociedades sem recursos, o que vai de
encontro ao seu papel de contribuir para o desenvolvimento.
Já o Vaticano
acusa a ONU de violar os "direitos naturais" à vida e à família, de
ser malthusiano e promover um 'imperialismo cultural', no qual projeta as
concepções de sociedades avançadas do norte são impostas às culturas do sul.
Trinta
chefes das agências da ONU acompanham o secretário-geral Ban Ki-moon.
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