Crise
levanta dúvidas sobre direção política do país, segundo o jornal.
Petroleira de Eike pediu recuperação judicial na semana passada.
Petroleira de Eike pediu recuperação judicial na semana passada.
A queda do
empresário Eike Batista – cuja petroleira, OGX, entrou na semana passada com
pedido de recuperação judicial – envergonha a presidente Dilma Rousseff,
segundo o jornal britânico "Financial Times".
“Deve haver
momentos na carreira de todo político que os faz ter calafrios ao relembrá-los.
Para a presidente do Brasil, Dilma
Rousseff, um deles deve ser o dia de abril do ano passado quando ajudou o
falido empreendedorEike
Batista a comemorar o ‘primeiro óleo’ do que hoje são seus falidos
campos na costa do Rio de Janeiro”, diz o jornal.
Eike ainda
era, na ocasião, o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em mais
de US$ 30 bilhões, investidos em empresas de petróleo, mineração, energia e
logística. “Era o auge do relacionamento entre Batista e o governo”, diz o
jornal.
O “FT”
aponta que a queda do empresário, “que em muitas maneiras era o empresário ‘de
estimação’ do governo petista”, levanta dúvidas sobre a direção política
futura.
“A ascensão
de Eike Batista deu credibilidade às afirmações do PT de que suas políticas
econômicas estatistas eram simultaneamente amigáveis ao mercado. A queda de
Eike fará o partido mais ou menos intervencionista?”, questiona a publicação.
“A resposta será crítica para a prosperidade futura do Brasil”.
A reportagem
aponta ainda que o relativo silêncio do governo sobre o colapso de Eike é uma
surpresa para alguns, que pensavam que o império “X” era “grande demais para
quebrar”. “Mais provavelmente, Brasília percebeu cedo que o castelo de cartas
de Batista era precário demais para ser salvo”, diz o texto.
Recuperação
judicial
A petroleira OGX, controlada por Eike Batista, entrou na quarta-feira (30) com pedido de recuperação judicial. O pedido foi feito pelo advogado Sergio Bermudes.
A medida já
vinha sendo aguardada pelo mercado, com a proximidade do fim do prazo para que
a empresa agisse e evitasse um calote formal de sua dívida. O processo de
recuperação judicial da petroleira é o maior da história de uma empresa
latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters.
A
recuperação judicial é um instrumento da legislação brasileira que permite que
empresas que perderam a capacidade para pagar suas dívidas possam continuar
operando enquanto negociam com seus credores, com a mediação da Justiça, para
tentar evitar a quebra definitiva.

Em imagem de
arquivo, Eike Batista comemora com a presidente Dilma Rousseff o início da
produção da OGX (Foto: Reuters)
A petroleira
declarou dívida consolidada de R$ 11,2 bilhões no pedido de recuperação
judicial e disse que não tem qualquer endividamento bancário nem créditos com
garantias reais.
O prazo para
que os credores aprovem esse plano é de 180 dias (também contados a partir do
despacho do juiz). Se o plano não for aprovado em assembleia, a empresa quebra,
e o juiz decreta falência. Aprovado o plano, ele é implementado e precisa ser
seguido à risca.
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