Estátua
do ´Dragão do Mar' no centro cultural do mesmo nome, em Fortaleza

Francisco
José do Nascimento nasceu no dia 15 de abril de 1839, em Canoa Quebrada, no
Ceará. Era também conhecido por Chico da Matilde, em referência à sua mãe, a
rendeira Matilde Maria da Conceição. Do jornalista e romancista Aluísio de
Azevedo ganhou o apelido de Dragão do Mar.
O centenário da morte desse pescador
e prático, que foi um dos responsáveis pelo fato de o Ceará ter sido a primeira
província do Brasil a abolir a escravidão, será lembrado em uma sessão especial
do Senado, a partir das 11h desta segunda-feira (12).
'Dragão do
Mar' navegava por dois mundos. Trabalhava no porto em uma função de chefia e
era prático da Capitania dos Portos. Assim, do mesmo jeito que tinha grande
contato com os jangadeiros e escravos, convivia com setores da elite e participava
de ações abolicionistas. Esse movimento estava em alta no Ceará desde a metade
do século 19, como contou o senador José Pimentel (PT-CE).
- Se nós
resgatarmos a história do Ceará, vamos assistir a muitas festas, muitos
leilões, muitas quermesses feitas pela Igreja Católica para obter fundos para
comprar escravas grávidas e assim libertar a escrava e a criança.
Além disso,
a economia escravagista no Ceará estava ancorada no tráfico entre as províncias
brasileiras. A estratégia dos abolicionistas foi atrapalhar esse comércio.
Um
grupo de jangadeiros, liderado pelo Dragão do Mar, passou a impedir que os
navios negreiros aportassem na costa do estado. Os bloqueios se repetiram até
que em 25 de março de 1884 o presidente da província do Ceará, Manuel Sátiro de
Oliveira Dias, declarou a abolição da escravatura no território.
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