
SÃO PAULO - Sem a presença do PR, que
lançou nesta semana o movimento "Volta, Lula", a cerimônia de
abertura do 14º Encontro Nacional do PT em São Paulo se transformou nesta
sexta-feira à noite em ato para reafirmar a candidatura à reeleição da
presidente Dilma Rousseff. No evento do PT, da plateia às autoridades no palco,
as palavras foram de apoio à petista, que enfrenta o momento político mais
delicado de seu governo, com queda de popularidade e rumores de uma candidatura
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em discurso aos petistas, Lula
disse que não se pode "brincar na eleição".
- Foi importante o Rui Falcão
(presidente nacional do PT) colocar aqui a Dilma como pré-candidata. Vamos
parar de imaginar que existe outro candidato que não a Dilma, os adversários
tiram proveito disso - afirmou ele.
Segundo Lula, "nós estamos com o
jogo mais ou menos garantido, mas não podemos entrar de sapato alto". O
ex-presidente acrescentou que irá subir em todos os palanques do PT, mesmo que
no estado existiam dois ou mais partidos da base aliado com candidatos ao
governo. Ainda no discurso, Lula fez referência às viagens que fará nas
próximas semanas (para a África e para a Bolívia).
- Depois disso, eu estarei por conta
da campanha.
O ex-presidente elogiou o discurso da
presidente pelo 1º de Maio, quando anunciou o reajuste da tabela do Imposto de
Renda e do Bolsa Família, mas também usou o tempo da cadeia nacional de rádio e
TV para atacar os partidos de oposição.
- Parabéns pelo pronunciamento. Penso
que você estava precisando fazer um discurso daquele, os trabalhadores também e
o PT também - afirmou Lula.
Para o ex-presidente, "há um
processo em andamento que chega a ser uma perseguição ao nosso partido".
Segundo ele, há ataques contra as principais lideranças do PT, enquanto "o
mensalão mineiro, de fininho, voltou para Belo Horizonte".
- Eles (referência às oposições) não
admitem que a gente consiga provar que é possível fazer neste país o que eles
não fizeram há tantas décadas.
O ex-presidente também voltou a atacar
a imprensa, ao dizer que ela funcionaria hoje "como o principal partido de
oposição".
- Você se prepare, porque o mesmo vai
acontecer com você - afirmou Lula, dirigindo-se a Dilma.
No evento, em votação simbólica puxada
pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, Dilma teve sua pré-candidatura
formalizada. Para os militantes, Falcão explicou que não há neste ano
"tarefa mais importante do que obter nas urnas um segundo mandato para a
companheira Dilma".
Numa resposta aos simpatizantes do
"Volta, Lula", o público de dirigentes e militantes petistas
receberam Dilma entoando gritos de "Um, dois, três. É Dilma outra
vez" e "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma".
Condenados no julgamento do mensalão
como o ex-ministro José Dirceu e ex-deputado José Genoino também foram
homenageados pela plateia. Eles foram lembrados com frases como "Dirceu
guerreiro do povo brasileiro" e "Genoino guerreiro do povo
brasileiro".
Ministros, governadores e
representantes de partidos aliados engrossaram as fileiras da festa petista.
Participaram do evento o PMDB, PSD, PTB, PC do B, PP, PROS, PTC e PTN. A
exceção ficou por conta do PR, que nesta semana liderou o movimento
"Volta, Lula".
No microfone, aliados também
reforçaram a candidatura à reeleição de Dilma.
- Apoiamos a sua reeleição e não
queremos nada em troca. Seria intolerável que a presidenta Dilma não tivesse
direito a sua reeleição afirmou a representante do PSD, Alda Marco Antônio.
- O PTB está ao seu lado pela sua
reeleição, presidenta - disse Benito Gama, do PTB.
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